Bancários de todo o país realizaram nesta quinta e sexta-feira (3 e 4) atividades em defesa dos bancos públicos. As reuniões com os bancários nas agências e departamentos, atividades de rua e ação das redes sociais fizeram do Dia Nacional em Defesa da Cassi e do Dia Nacional em Defesa dos Bancos Públicos um alerta para a categoria e para a população sobre os prejuízos que todos corremos com os ataques que estão sendo desferidos contra os bancos e demais empresas públicas.
Queremos mostrar para a população o quanto os bancos públicos são importantes, seja para o pequeno agricultor, seja para o agronegócio, seja para financiar a moradia, seja para financiar o saneamento básico ou para o Fies (Financiamento Estudantil), explicou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, durante ato realizado em São Paulo, em frente à matriz do Banco do Brasil na capital paulista.
Benefícios para a população
A presidenta da Contraf-CUT lembrou ainda dos recursos provenientes dos bancos públicos que são direcionados para áreas sociais. Por exemplo, 38% das receitas das loterias vão para programas sociais que beneficiam toda a sociedade, observou.
Vender áreas estratégicas vai matar os bancos públicos
Juvandia também destacou que os bancos públicos são ferramentas importantes para que todo o brasileiro tenha melhores condições de vida, emprego e desenvolvimento econômico e criticou a privatização disfarçada que está ocorrendo. Vender as partes mais importantes do banco, as áreas mais rentáveis é o mesmo que tirar o coração de um ser humano. Sem coração seu corpo não funciona. Vender áreas estratégicas vai matar os bancos públicos. Não podemos deixar que o governe acabe com essas ferramentas importantes para o desenvolvimento e para o povo brasileiro, concluiu a presidenta da Contraf-CUT.
Durante o ato, os bancários distribuíram panfletos com dados que mostram a importância dos bancos públicos para o país e especificamente para cada estado e o distrito federal. O material informa, por exemplo, que 80% do crédito imobiliário e 72% do crédito rural são provenientes dos bancos públicos. O material informa, também, que 46% das agências bancárias são de bancos públicos.
Agências bancárias no país
Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em informações do Banco Central, esmiúça esse dado e mostra a importância dos bancos públicos para a garantia da bancarização da população em todo o país.
A análise feita pelo Dieese mostra que os bancos privados concentram suas agências na região Sudeste. É papel constitucional dos bancos garantir serviços bancários para toda a população brasileira. Os bancos privados deixam de cumprir seu papel social por não oferecer os serviços em grande parte das cidades do país, observou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal, Dionísio Reis.
Os dados do Dieese mostram que somente na região Sudeste existem mais agências de bancos privados (67,4%) do que de públicos (32,6%). Em todas as outras regiões a maior parte das agências são de bancos públicos (62,3% no Norte; 55,6% no Nordeste;51,5% no Centro-Oeste; e 52,8% no Sul).
O levantamento mostra ainda que, 39,8% das 5.590 cidades brasileiras não possuem nenhuma agência bancária e cita como exemplo o estado de Roraima, onde, dos 15 municípios, apenas seis contam com estabelecimentos bancários. Em cinco destes municípios, existem apenas agências de bancos públicos.
Cassi
As manifestações também destacaram os ataques contra a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi).
A política em prática para a Cassi é a mesma que vem sendo implantada para os bancos e demais empresas públicas. O objetivo final é a privatização. Por isso, assim como tem que acontecer com o Banco do Brasil e demais empresas públicas, temos que nos mobilizar para defender a Cassi, afirmou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.