Em meio a um novo processo de reestruturação promovido pelo Banco do Brasil, intitulado Programa de Adequação de Quadros, diversos bancários receberam, na sexta-feira 12, pedido de informação sobre supostas fraudes ou falhas em serviços ocorridos em 2013 (Processos Gedip). O Sindicato recebeu a confirmação de que o banco exigiu da Rerop área de segurança responsável pelo procedimento a abertura, a toque de caixa, de todos os processos, necessitando inclusive de realização de horas extras. Segundo funcionários da área, nunca houve tanta urgência nas demandas e sobrecarga de trabalho.
A empresa pode investigar suspeitas de fraudes e falhas cometidos pelos seus funcionários. O que nos preocupa é a forma, o momento em que ocorreram e o público envolvido, pois indica uso político da ferramenta, ressalta Silvia Muto, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancária do BB.
De acordo com a dirigente, os pedidos foram feitos de forma massificada e voltados aos bancários lotados nas redes de atendimento.
O momento não poderia ser menos oportuno: em meio a uma reestruturação que demanda nomeações em outros prefixos. Caso o banco não acate a resposta do colega sobre a questão investigada, o processo segue para nova fase, o que implica na impossibilidade de nomeação para cargos, avalia Silvia.
O público atingido pelos pedidos de informações sobre possíveis fraudes ou falhas envolve o segmento de gerentes, caixas e assistentes da área negocial. Justamente o público alvo da restruturação, e que, conforme instruções do banco, necessitam de concorrência ou nomeação para conseguir o deslocamento para nova unidade.
Embora o banco tenha salientado que a restruturação não irá gerar descomissionamentos, existe um clima de terror e insegurança nos locais de trabalho, alerta a dirigente. Muitos não acreditam nas declarações do banco de que não serão afetados, pois vários colegas não foram nomeados acompanhando suas carteiras, como prometido, acrescenta.
Para Silvia, a abertura dos processos, nesse momento, não cheira bem. Parece mais uma das traquinagens do Caffarochio: inventar impedimentos para nomear colegas, criando justificativas para não nomeação e consequente redução de salários.
Resposta do BB Procurada pelo Sindicato, a Dipes informou que não se trata de processo orquestrado pelo banco e que a abertura dos processos ocorreu de forma regulamentar. Questionada sobre a possibilidade de a ação acarretar em prejuízo ao bancário, alegou que caso ocorram problemas nas nomeações e realocações dos bancários, a situação será avaliada e solucionada pontualmente.