Protocolo de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho é previsto na cláusula 58 da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários
A reunião entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), representada pelo Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador e por Marco Aurélio Silveira e Magaly Fagundes, membros do Comando Nacional dos Bancários, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada nesta sexta-feira (22), em São Paulo, discutiu o Protocolo de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, previsto na cláusula 58 da Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários.
Durante a reunião, a Contraf-CUT alertou sobre a importância do instrumento e dos canais disponíveis para o encaminhamento de denúncias. Os sindicatos signatários encaminham denúncias exclusivamente sobre assédio moral no ambiente de trabalho. Já pelos canais dos bancos, as denúncias são variadas e não conseguimos filtrar o que é assédio moral ou não, afirmou o Secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale.
A Fenaban apresentou as medidas, de caráter educativo, para a clausula de Prevenção de Conflitos, porém, de acordo com Magaly Fagundes, a mesa de debate deve, além de apurar as denúncias, focar na prevenção efetiva dos conflitos. O nosso objetivo é a prevenção. Se existe o crescimento dos dados de conflitos, a nossa preocupação educativa não pode ser a longo prazo, explicou.
Os estudos, realizados pela Contraf-CUT, ao longo do ano, apontam números crescentes de assédio moral contra os trabalhadores.
O dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de Campinas, Gustavo Frias, alertou sobre as situações constrangedoras que acontecem nas reuniões entre gestores e funcionários. Recebemos áudios das reuniões e são muito preocupantes. Isso é muito recorrente. Vemos muitos casos ainda que não são denunciados.
Para Wellington Trindade, dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, é preciso manter os trabalhadores informados sobre o código de ética e conduta da empresa, além de dar respostas mais efetivas em relação a clausula para o bancário. Precisamos entender também qual é o critério que as empresas usam para considerar improcedente a denúncia. É preocupante quanto há um número tão alto de denúncias e ver que a maioria é improcedente. Precisamos avançar também na proteção do anonimato do denunciante.
Segundo Ademir Vidolin, da Fetec-PR, é preciso saber qual é a providência tomada pelo banco após receber a denúncia. Precisamos evoluir com aplicação prática das soluções dadas para os casos.
A próxima reunião, marcada para 27 de novembro, vai dar continuidade à negociação. Precisamos reafirmar a importância do processo negocial coletivo, que busque o aprimoramento do instrumento e que inclua novos mecanismos para a avaliação semestral prevista na CCT vigente, finalizou Walcir Previtale.