O Banco do Brasil divulgou, na quinta-feira (25), lucro líquido de R$ 14,400 bilhões, o que representou um crescimento de 28,0% em relação a 2014. A rentabilidade sobre o Patrimônio líquido anualizado (RPL) foi de 16,1%. O resultado de 2015 foi impactado pelas receitas da operação Cateno que gerou resultado de R$ 3,212 bilhões no Lucro Líquido no período.
Ernesto Izumi, secretário de Formação da Contraf-CUT e funcionário do banco, lamenta que os bons resultados não se reflitam na gestão de pessoas. O número de funcionários em dezembro de 2015, conforme demonstrativos, era de 109.191 funcionários. Em relação a dezembro de 2014, o número foi reduzido em 2.437 trabalhadores. Em 2015, o BB fez um Plano de Aposentadoria Incentivada (PAI) no qual 4.992 trabalhadores foram aposentados. Isso quer dizer que, as contratações realizadas no ano, não repuseram sequer o número de saídas por demissões e aposentadorias.
Para ele, esta situação reflete no dia a dia dos funcionários, com piora nas condições de trabalho. O lucro bilionário não expressa ainda os problemas dos funcionários, como mostram as reestruturações em andamento que estão prejudicando centenas de funcionários com perda de função, redução salarial e uma tremenda insegurança por não saberem se terão local e função para trabalhar, completou.
Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, vai além. “O lucro bilionário é esforço de cada funcionário e o BB deveria compensar com mais benefícios, melhores salários e menos cortes. Os funcionários esperam uma boa participação nos lucros que a ser paga nos próximos dias. O BB lucra alto mas usa as reestruturações internas para cortas salários e reduzir o quadro de funcionários.
Já o Lucro Líquido Ajustado, que exclui os efeitos de itens extraordinários, atingiu R$ 11,594 bilhões no ano, variação 2,2% superior ao observado em 2014.
A Carteira de Crédito Ampliada cresceu 6,9% em doze meses, atingindo um montante de R$ 814,8 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 7,5% em relação a dezembro de 2014, chegando a R$ 193,2 bilhões, o que representa 23,7% do total das operações de crédito. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 371,8 bilhões, com elevação de 5,0% no período, totalizando 45,6% do total do crédito. A carteira do agronegócio cresceu 6,1%, totalizando R$ 174,9 bilhões, representando 21,5% do total da carteira do banco e 60,9% de participação no mercado. A carteira de crédito imobiliário cresceu 26,6% em 12 meses, num total de R$ 49,1 bilhões.
O Índice de Inadimplência superior a 90 dias cresceu 0,35 p.p. em doze meses, ficando em 2,38% em dezembro de 2015. Apesar da baixa inadimplência e da carteira de crédito não ter crescido tanto, o banco elevou suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 44,7%, totalizando R$ 25,8 bilhões.
O crescimento do resultado com Títulos e Valores Mobiliários foi diretamente influenciado pelos sucessivos aumentos na taxa Selic e da inflação: o crescimento foi de 45,1%, totalizando R$ 61,2 bilhões.
Assim como os grandes bancos privados, houve impacto significativo dos impostos diferidos (ou créditos tributários) no resultado do banco. Os créditos tributários apresentaram um crescimento de 388,6% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 13,215 bilhões, em 2015.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 0,8% em doze meses, enquanto as despesas de pessoal subiram 15,6% (com PLR), com isso, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 98,95% em 2015.
O banco encerrou o ano de 2015 com 109.191 empregados, com fechamento de 2.437 postos de trabalho em doze meses. Foram fechadas 95 agências no mesmo período.
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