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Já são 19 as escolas ocupadas contra reorganização do governo do Estado de São Paulo

17 Nov 2015 63 VISUALIZAÇÕES

Balanço feito neste sábado (14) pelo Sindicato do Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) da mobilização de alunos e professores contra a reorganização da rede estadual de ensino, que pretende fechar 94 escolas, mostra que subiu para 19 o número de escolas ocupadas na rede de ensino. Na sexta-feira (13), eram 15 escolas.

A Apeoesp também informou que já podem ser verificadas mudanças no projeto de reorganização em função da mobilização das comunidades.

Na EE Diadema, a primeira escola a ser ocupada, conseguiu-se o esforço conjunto do movimento e Defensoria Pública, com a Apeoesp. Ficou definido que haverá um processo de discussão com a comunidade escolar para definição do futuro da escola. A ocupação permanece.

Em Piracicaba, a EE Augusto Melega não será mais fechada. “Juntamente com a comunidade mobilizada, conversei com o Dirigente Regional de Ensino e mencionei o caso ao próprio Secretário Estadual da Educação, fazendo com que a escola, muito necessária para a aquela comunidade, fosse mantida”, diz a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.

A EE Professor Pio Telles Peixoto, uma das que foi ocupada pelos estudantes, não vai mais ter retirado o ensino fundamental. Por esta razão, está em processo de desocupação.

Outro exemplo é a EE Professor Otávio Martins de Souza, em Franca, que chegou a ser ocupada pelos estudantes, com apoio de professores e pais e manterá o ensino médio, que seria extinto na unidade. Mais um exemplo encontra-se na Zona Oeste. A EE Antônio Emílio de Souza Penna não mais perderá o ensino fundamental, mas a comunidade continuará mobilizada para que não sejam restringidas as matrículas no próximo ano.

Escola José Lins do Rego

O professor Edivan, espancado e preso ontem (14) na reintegração de posse levada a cabo pela polícia sem autorização judicial, divulgou hoje (15) nas redes sociais depoimento em favor da continuidade da mobilização.

“Minha dor é a dor que corrói as entranhas de uma sociedade doente, onde defender o justo, o correto, o digno e o óbvio constitui um crime. Não invadi a escola. Não destruí uma ponta de lápis do patrimônio público. Não estimulei violência de qualquer natureza. Não me satisfez ver sangue num espaço que deveria estimular sonhos. Amo a profissão que abracei. Amo a possibilidade de dialogar com vidas, de estimular seus potenciais, seus sonhos e seu desejo inalienável e sagrado de ser feliz”, afirmou o professor.

“O que me dói, de verdade, no corpo e na alma, é ser um educador num estado em que a educação pública agoniza e se debate em medidas paliativas, implementadas de forma unilateral e autoritária. Agradeço imensamente a todos que de um modo ou de outro externaram apoio e solidariedade num momento tão difícil. Agradeço o carinho de colegas, país e estudantes que tanto amo. Que o retrocesso e o obscurantismo não encontrem morada nestes dias em que fomos agraciados com a vida”, concluiu.

Confira a relação de escolas que estão ocupadas:

EE Diadema – Diadema – Desde 9/11

EE Fernão Dias Pais – Pinheiros – Desde 10/11

EE Godofredo Furtado – Pinheiros – Desde 13/11

EE Dona Ana Rosa de Araújo – Morumbi – Desde 13/11

EE Castro Alves – Vila Mazzei – Desde 12/11

EE Silvio Xavier – Piqueri – Desde 13/11

EE Salvador Allende Gossens – Desde 11/11

EE Cohab Inácio Monteiro – Cidade Tiradentes – Desde 13/11

EE Professora Heloisa Assunpção – Osasco – Desde 12/11

EE Antonio Manoel Alves de Lima – Santo Amaro – Desde 13/11

EE Carlos Gomes – Campinas – Desde 13/11

EE Valdomiro Silvleira – Santo André – Desde 12/11

EE Professor Oscavo de Paula e Silva – Santo André – Desde 13/11

EE Antonio Adib Chammas – Santo André – Desde 13/11

EE Elizeti de Oliveira Bertini – Embu das Artes – Desde 13/11

EE José Lins do Rego – Jardim Ângela – Desde 13/11

EE Comendador José Maluhy – Vila Nair – Desde 13/11

EE Suely Machado da Silva – Franca

EE Professor Pio Telles Peixoto – Vila Jaguara – Desde 13/11