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Trabalhadores fazem paralisações e atos em todo o país contra a terceirização

15 Apr 2015 66 VISUALIZAÇÕES

As paralisações ocorrerão em todas as categorias cujos sindicatos são filiados as cinco centrais sindicais. Pode ser atraso na entrada de meia ou uma hora com realização de assembleia na porta do local de trabalho – fábrica, portos, banco ou comércio e serviços – pode ser paralisação de duas horas, quatro, enfim, é dia de luta e cada categoria decide como deve participar.

Convocado pelas principais centrais sindicais do país (CUT, CTB, NCST, Intersindical e Conlutas) e movimentos populares do campo e da cidade , o Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330 está provocando impacto em várias cidades do país nesta quarta-feira 15 de manhã.

Em São Paulo, os bancários cruzaram os braços contra a terceirização em agências da região do Largo da Batata, zona oeste da capital, onde, a partir das 17h, reúnem-se a diversas outras categorias como professores, metalúrgicos, metroviários, químicos, comerciários, petroleiros em um grande ato contra o PL 4330.

Concentrações de grandes bancos também estão paradas como o ITM e CAT, do Itaú, Vila Santander, BB Crédito Imobiliário, Bradesco Telebanco e Gilog da Caixa.

Os metalúrgicos do ABC pararam a pista sentido Santos-capital da Via Anchieta, com a presença do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, do secretário-geral Sérgio Nobre e do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Em Guarulhos, onde participam de congresso da categoria, metalúrgicos fizeram uma passeata até o aeroporto internacional de Cumbica.

Os trabalhadores também interditaram a as rodovias Anhanguera e Dutra. O fechamento da pista expressa da Anhanguera, que liga a capital ao interior de São Paulo, ocorre na altura do quilômetro 19. Segundo a concessionária AutoBan, um grupo de 100 pessoas que ocupa todas as faixas no sentido capital paulista desde as 7h colocou fogo em pneus.

A Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, teve o tráfego bloqueado na pista marginal, altura da cidade de Guarulhos, até as 6h30. O trânsito foi parado por 30 minutos, gerando lentidão na chegada à Marginal Tietê, na capital paulista.

Mais de cinco mil trabalhadores da Ford e da Mercedes participaram da mobilização na manhã desta quarta-feira. O pessoal da Ford que faz o turno da manhã decidiu, durante o ato, que não vai trabalhar hoje.

Já os militantes que atuam na Mercedes compareceram apesar de uma tentativa da empresa de barrar o protesto. A montadora de origem alemã suspendeu na manhã de hoje os ônibus fretados que costumam levar os trabalhadores de casa para a empresa, mas não conseguiu impedir a presença daqueles que são contra o PL 4330.

Em Porto Alegre, os ônibus pararam de circular. Em Brasília, capital do Distrito Federal, cobradores e motoristas também cruzaram os braços. Rodoviários também pararam em Recife. Em Maceió e São Luís, protestos interditam avenidas e a entrada de universidades.

Em São Bernardo, no ato promovido pelos metalúrgicos – encerrado por volta de 9h15 -, o presidente da CUT, Vagner Freitas, acusou a maioria dos deputados que aprovou o PL 4330 de uma truculência sem precedentes. “Nem mesmo na ditadura militar tiveram a ousadia de tentar rasgar a CLT como esses deputados fizeram. Eles, para atender aos interesses dos patrões, estão tentando tirar todos os nossos direitos conquistados”.

Para Vagner, essa luta é antiga. Lembrou como, por exemplo, em 2011, o Congresso tentou emplacar a chamada emenda 3, que tornaria todos os trabalhadores “PJ” (pessoas jurídicas). “Só mudaram a estratégia. Mas é claro que vamos resistir de novo. Não se enganem. Quando ouvirem falar de 4330, saibam que isso é sinônimo de facão. Vocês perderão o emprego”.

Sérgio Nobre, também metalúrgico, atacou a postura dos deputados, em especial do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ): “Lá os empresários têm liberdade para entrar e fazer lobby. Para nós, sobraram cassetetes e bombas de gás lacrimogênio”.

Rafael Marques, presidente do Sindicato, alertou que o risco de um PL como o 4330 passar é ainda maior do que a derrubada de direitos. “Toda a vez que uma medida arbitrária e retrógrada passa, outras vêm na sequência. Basta lembrar da redução da maioridade penal, que já passou por uma comissão da Câmara”. E aproveitou para criticar parte do movimento sindical que apoia o 4330. “Não consigo pensar em nenhuma razão decente para isso”, disse.

ATOS MARCADOS EM TODO O BRASIL

Em SÃO PAULO, serão realizados vários atos contra o PL 4330, como atraso na entrada de fábricas, paralisações de algumas horas em outros setores, fechamento de rodovias etc.

O primeiro ato que vai reunir diversas categorias, como bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros e o pessoal do setor de serviços e comércio entre outros no mesmo local, será às 15h, em frente a FIESP, na Av. Paulista, 1313.

Depois, os militantes e trabalhadores seguirão para o Largo da Batata, onde às 17h participam do ato “Contra a Direita Por Mais Direitos”, com dezenas de outros movimentos populares do campo e da cidade.

No CEARÁ, o ato será a partir das 8h, na Praça do Carmo / Tel.: 85- 3464.7377

Em BRASÍLIA, – às 16h, tem uma concentração em frente à sede da CUT, que fica na SDS – Ed. Venâncio V – subsolo – lojas 14 – Bloco R, Asa Sul, Tel.: 61- 3251.9373// Depois, militantes seguem em caminhada até a rodoviária.

No RIO DE JANEIRO , às 16h, começa a concentração na Candelária. Depois militantes e trabalhadores seguem em caminhada até a Firjan / Tel.: 21- 2196.6700 / 6706 /

Em CURITIBA, o ato começa à partir das 11h30, na Praça Santos Andrade// tel.: 41- 3232.4649 / 3232.0272

No PIAUÍ, o ato começa às 10h, na Praça Rio Branco

Em PORTO ALEGRE, durante a parte da manhã, os sindicatos realizarão atividades com suas categorias. Às 12h, os militantes e trabalhadores se concentração em frente à Federação do Comércio, na Av. Alberto Bins, 665. Depois, seguirão caminhando até a Assembleia Legislativa. Tel.: 51- 3224.2125