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Comando avalia conjuntura e aponta desafios para enfrentar disputa política

27 Nov 2013 115 VISUALIZAÇÕES

O Comando Nacional dos Bancários e a Executiva da Contraf-CUT se reuniram em Brasília nesta quinta-feira 27, com a participação do ministro das Relações Institucionais Ricardo Berzoini e dos deputados federais bancários Erika Kokay (PT-DF) e Assis Carvalho (PT-PI), para fazer uma avaliação da conjuntura política após as eleições presidenciais e discutir os desafios do movimento sindical para o próximo período.

“Foi uma reunião muito oportuna e positiva, onde analisamos a situação política do país, os desafios da atual conjuntura, as perspectivas para o segundo mandato da presidenta Dilma e o papel do movimento sindical, especialmente da Contraf-CUT, suas federações e sindicatos, para intensificar as lutas e avançar”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

São as seguintes as principais conclusões e tarefas do movimento sindical bancário apontadas durante os debates:

1. Foi de fundamental importância para a reeleição da presidenta Dilma Rousseff a participação massiva na campanha da juventude e dos movimentos sociais e sindicais, especialmente dos bancários, levando o debate junto à sociedade sobre os dois projetos em disputa.

2. Foi muito positivo o movimento que a Contraf-CUT fez, juntamente com os parlamentares bancários na legislatura que está se encerrando, na defesa dos direitos dos trabalhadores, em especial nos debates sobre os correspondentes bancários e contra o PL 4330.

3. O Comando entende que estamos num momento de disputa com o capital em relação ao segundo mandato da presidenta Dilma e é imprescindível que se amplie a mobilização da categoria e dos trabalhadores.

4. Há uma grande preocupação com as primeiras medidas anunciadas após as eleições, como o aumento da taxa Selic acima até mesmo do esperado pelo mercado, o convite para banqueiros assumirem ministérios estratégicos como o Ministério da Fazenda e uma empresária do agronegócio que simboliza o latifúndio mais retrógrado para o Ministério da Agricultura, além da indicação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, notório economista neoliberal contrário ao desenvolvimentismo e duro crítico das políticas de valorização do salário mínimo.

5. É preciso que, da parte do governo, haja abertura maior para o diálogo em relação às pautas dos trabalhadores amplamente debatidas nas eleições, o que inclui o fim do Fator Previdenciário, redução da jornada de trabalho, reforma política, correção da tabela do IR, fim do PL 4330 da terceirização, ratificação da Convenção 158 da OIT, reforma agrária, democratização dos meios de comunicação, dentre outros.

6. O desafio do movimento sindical, principalmente dos sindicatos e federações de bancários e do Comando Nacional, é intensificar a mobilização chamada pelas centrais sindicais e movimentos sociais, bem como criar mobilizações próprias de interesse específico da categoria, como o fim do PL 4330.

7. Intensificar as mobilizações junto aos bancos públicos, para que: a) se tornem de fato instituições que financiem o desenvolvimento econômico e social, com geração de emprego e distribuição de renda, e b) ao mesmo tempo adotem uma gestão que respeite os trabalhadores e combata o assédio moral e as metas abusivas, responsáveis pela epidemia de adoecimentos nessas empresas.

8. Acompanhar a tramitação dos projetos de interesse dos bancários e da classe trabalhadora no Congresso Nacional, buscando garantir avanços e evitar retrocessos.

9. Manter e ampliar esse espaço aberto pelo Comando para o debate da conjuntura nacional, para além da pauta corporativa, de forma a preparar e organizar a categoria na disputa da hegemonia com o capital que marcará o segundo governo Dilma Rousseff.

10. O Comando Nacional orienta os sindicatos a organizarem caravanas para a posse da presidenta Dilma no dia 1º de janeiro, em Brasília, dando a ela um caráter popular, de forma a simbolizar a nossa capacidade de mobilização na defesa da pauta de interesse dos trabalhadores no embate com as forças conservadoras, que tentam por um lado impor a sua agenda ao governo e por outro desestabilizar o governo e a democracia.