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Bancários da Caixa e BB se reúnem com Dilma e defendem bancos públicos

16 Oct 2014 89 VISUALIZAÇÕES

A Contraf-CUT, junto com a CUT, os Sindicatos dos Bancários de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a Fenae e o Caref do BB, se reuniu nesta quarta-feira (15), em São Paulo, com a presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff. As entidades entregaram documentos em defesa da manutenção e fortalecimento dos bancos públicos.

Os bancários não se esquecem da política de desmonte dos bancos públicos do governo FHC, que podem ser repetidos em eventual governo Aécio Neves (PSDB), uma vez que o já “nomeado” ministro da Fazenda, Armínio Fraga, disse que “os bancos públicos precisam ser administrados por padrões muito mais rígidos. Provavelmente vai chegar um ponto em que talvez não tenham tantas funções. Não sei muito bem o que vai sobrar no final da linha. Talvez não muito”.

Com essa preocupação, a 16ª Conferência Nacional dos Bancários e os congressos nacionais dos trabalhadores do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal aprovaram o apoio à candidatura Dilma.

“O projeto de Dilma defende a importância dos bancos públicos para o desenvolvimento econômico e social do país, com geração de empregos e distribuição de renda. Por isso, os bancários decidiram apoiar a sua candidatura. Também cobramos o compromisso de uma gestão mais humana e respeitosa com os trabalhadores dos bancos públicos”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Dilma tem feito diversas manifestações em defesa dos bancos públicos. No debate da Rede Bandeirantes, ocorrido na terça-feira (14), ela rebateu as declarações de Armínio Fraga e reforçou a importância das instituições públicas, citando a atuação do BNDES para o financiamento da infraestrutura, o papel da Caixa para o crédito habitacional e a função do BB para o fomento da agricultura.

Mais Caixa Para o Brasil

No documento “Mais Caixa para o Brasil”, os trabalhadores afirmam a importância histórica do banco, fundado por Dom Pedro II, em 1861, e o papel social e de desenvolvimento do país, que a Caixa passou a cumprir nos últimos 12 anos, nos governos Lula e Dilma.

Clique aqui para ler a íntegra do texto.

“São mais de 150 anos de história. Mas quem acompanha o crescimento da Caixa sabe que foi nos últimos 3 mandatos presidenciais que o banco encontrou um caminho de agente de políticas públicas, em que a atuação no mercado e o seu papel social se tornaram complementares”, afirma o documento, assinado pela Contraf-CUT, Fenae, Fenag e Aneac.

“Nos 8 anos do governo Lula e nos 3 anos e meio do governo Dilma, empregadas e empregados trabalhadores da Caixa – técnicos, assistentes, gestores, profissionais, analistas, cada um no seu papel – contribuíram decisivamente para a reconstrução da empresa, depois dos anos neoliberais de sucateamento da instituição e de descaso com seu quadro funcional. Hoje, temos uma realidade diferente, mais próxima da que queremos e de que o Brasil precisa: a Caixa recuperou a sua essência como banco público e é gestora de diversos programas sociais do Governo”, salienta o texto.

O documento lembra o período de 1994 a 2002, quando o modelo de privatização das empresas estaduais, do governo FHC, causou desemprego, arrocho salarial e submeteu o país às ordens do FMI.

A Caixa conta hoje com 100 mil empregados, 45 mil contratados nos últimos 12 anos, em substituição aos terceirizados. A carta reforça a expectativa dos bancários por mais avanços. “Sabemos que muito temos que avançar, inclusive nas condições de trabalho. Mas quando projetos antagônicos são apresentados e que em um deles não há espaço para a CAIXA e seu papel social, não podemos nos omitir. Mais uma vez devemos arregaçar as mangas para lutarmos em defesa da CAIXA e do seu papel como banco social. Em defesa de um projeto de inclusão social e desenvolvimento para todos.”

Por um Banco do Brasil mais forte

No documento “Por um Banco do Brasil mais forte e que valorize mais seus funcionários”, os bancários avaliam o papel fundamental que bancos públicos desempenharam para a economia brasileira superar a crise mundial.

Clique aqui para ler a íntegra do documento.

“Sem os bancos públicos, estaríamos ainda afogados na crise. O BNDES financiou as obras de infraestrutura, mobilidade urbana e geração de energia e forneceu crédito barato a pequenas, médias e grandes empresas. A Caixa criou fartas linhas de crédito à moradia, saneamento e infraestrutura. O Banco do Brasil liberou recursos para a agropecuária e agricultura familiar, para empresas e consumidores, potencializando a produção e o consumo. E atuou como regulador do spread bancário, multiplicando sua base de clientes com crédito mais barato.”

Mas no que tange às condições de trabalho, os bancários cobram mais respeito e valorização do funcionalismo. “As relações de trabalho no Banco do Brasil estão muito ruins. A pressão desmesurada por metas, impostas de cima para baixo sem levar em conta a opinião dos trabalhadores e do corpo gerencial das unidades. A falta de funcionários que sobrecarrega os que estão trabalhando e adoecem por conta da jornada diária extenuante. A relação autoritária de diretores e superintendentes que revolta a todos que estão na base da pirâmide funcional e desvaloriza todas as melhorias conquistadas pela via negocial.”

No entanto, os funcionários do BB afirmam não terem saudades da gestão FHC e reconhecem os avanços conquistados nos últimos 12 anos, declarando apoio à reeleição de Dilma, mas reivindicam um tratamento mais democrático e respeitoso ao funcionalismo.

“A grandeza dos bancos públicos é construída diariamente graças ao esforço de milhares de trabalhadores anônimos. São dezenas de milhares de brasileiros que empenham seus melhores esforços, mas não se sentem devidamente valorizados”, enfatiza o documento.