Tentativas de obter vantagem competitiva no mercado internacional por meio da baixa no custo da mão de obra não têm sentido e são perigosas para a economia como um todo, alertou nesta quarta-feira (1º) o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder.
Ao participar de debate na Organização Mundial do Comércio (OMC), Ryder insistiu que, para haver demanda no comércio global, é preciso haver boas remunerações para a compra dos produtos.
Um representante do Vaticano trouxe a mensagem do Papa Francisco, segundo a qual o comércio só é importante se beneficiar todo mundo.
A OMC realiza até sexta-feira seu fórum anual com 68 sessões de debates, reunindo entidades empresariais, acadêmicas, organizações não governamentais (ONGs) e governos.
“Comércio é sobre a qualidade de nossas vidas e afeta a todos nós”, afirmou Roberto Azevêdo, diretor da OMC, ao abrir o fórum.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, destacou que 2015 será um ano crucial, com três decisões importantes. Primeiro, os países precisaram acelerar o processo de Metas de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidas pelas Nações Unidas para combater a pobreza. Segundo, os países precisam definir a agenda futura dos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”. E terceiro, a expectativa é, enfim, de uma conferência em Paris levar a um acordo global sobre mudança climática.
“O comércio tem um importante papel em tudo isso”, afirmou Ban, notando que o comércio internacional é componente essencial para acabar com a pobreza, assegurar a segurança alimentar e promover o crescimento econômico.
Mas o secretário-geral da ONU frisou que, por outro lado, o comércio pode ter profundo impacto no meio ambiente, em termos de emissões, transporte e consumo dos produtos negociados. Para ele, é preciso haver coerência entre as regras comerciais para proteger, e não estragar, o meio ambiente.