1 milhão de idosos podem ter votado em Bolsonaro induzidos por mentira do INSS

17 Oct 2022 25 VISUALIZAÇÕES

Em mais uma tentativa de fraude eleitoral utilizando técnicas de fake news (notícias falsas), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) divulgou uma peça publicitária criminosa que induziu os idosos, principalmente os a partir de 70 anos, que não são obrigados a votar, a irem até as cabines de votação e digitar o 22 , número do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).

A manobra constituía em fazer os idosos acreditarem que se votassem no número do presidente, isso valeria como prova de vida para os aposentados e pensionistas para que eles não perdessem seus benefícios.

Segundo levantamento do Valor Data, quase 1 milhão de idosos a mais, entre 60 anos e 94 anos, compareceram às urnas em relação a 2018. A abstenção no primeiro turno entres os eleitores de 70 a 74 anos, caiu 5,8 pontos percentuais, chegando a 38,9% ante 44,7% em 2018.

Entre os mais jovens de 20 a 24 anos ocorreu o contrário, a abstenção chegou 23,3 % um crescimento de 2,4 pontos percentuais. O total de abstenção neste ano no país foi de 20,9% um pouco acima dos 20,3%, o que levantou suspeitas sobre a indução ao voto dos mais velhos no número 22.

A manipulação do vídeo do INSS
O vídeo do INSS dizia que “Agora é lei. Nessas eleições, você que é aposentado ou pensionista pode fazer sua prova de vida direto nas urnas. O governo federal acabou com o deslocamento desnecessário para os beneficiários e tornou a sua vida mais fácil. Apenas o seu voto já é suficiente para garantir os benefícios do INSS, para você exercer seu direito à cidadania com menos burocracia. Pelo bem do Brasil, vote 22”.

Decisão tardia
“O vídeo em questão apresenta conteúdo produzido para desinformar, pois a mensagem transmitida induz o eleitor a acreditar ser possível realizar sua prova de vida no INSS por meio do voto no número 22, o que afeta a integridade do processo eleitoral e a própria vontade do eleitor em exercer o seu direito de voto”, disse em seu despacho a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.

A decisão atendeu a um pedido feito em setembro, antes do primeiro turno, pela campanha da ex-candidata Simone Tebet (MDB), que apoia Lula (PT) neste segundo turno, que ocorrerá no próximo dia 30.

O problema é que a decisão da ministra do STF ocorreu há apenas uma semana, e o vídeo do INSS foi veiculado já em fevereiro deste ano. Também somente nesta sexta, o TSE divulgou por meio do Telegram que é falsa a obrigação do voto para validar a prova de vida do INSS.

Fonte: CUT