Em flagrante desrespeito ao negociado anteriormente com os trabalhadores, a direção do Economus anunciou, no último dia 2, mudanças nos planos de saúde, prevendo aumentos conforme a faixa etária dos associados.
A mudança, que já havia sido implantada um dia antes, em 1º de julho, obriga os vinculados aos planos Plus e Plus II a mudar, automaticamente, para o Economus Família, cujo custo pode chegar a mais de 60% para determinadas faixas etárias em comparação ao antigo modelo. Para aqueles que não quiserem permanecer no novo plano, a única opção dada é a de procurar outros convênios no mercado, devendo se manifestar pelo site da instituição até dia 14.
A prática penaliza os funcionários que vieram da Nossa Caixa, já que o Economus Família, de abrangência estadual, ficou mais caro que o Cassi Família, que tem cobertura nacional, explica Antonio Sabóia, diretor de Assuntos Jurídicos da FETEC-CUT/SP. Como se não bastasse, os trabalhadores que não puderem manter a sua associação ainda correm o risco de ficar sem proteção, já que o prazo que o Economus está dando para levantar documentações para a migração é de 10 dias, complementa o dirigente.
Dentre os mais atingidos, estão os bancários com dependentes mais idosos. Um trabalhador com mãe de mais de 59 anos como dependente, por exemplo, pagará R$ 1.592,27, sendo que pagava R$ 970,82, ou seja, aumento de 64,01%.
Contra tamanha abusividade, o movimento sindical bancário está buscando medidas para proteger os assistidos. Em primeiro lugar, está encaminhando carta ao Conselho Deliberativo do instituto e à diretoria do Economus, solicitando explicações sobre o motivo de terem aprovado as alterações dos planos, bem como elasticidade de prazo.
Uma segunda correspondência também está sendo encaminhada ao Banco do Brasil, cobrando a sua responsabilidade enquanto mantenedor e o cancelamento do novo plano prejudicial aos funcionários. Se o BB e o Economus inviabilizarem o diálogo com os representantes dos trabalhadores, avaliaremos quais medidas administrativas e jurídicas podemos tomar para defender os assistidos, antecipa Sabóia.
Nesse primeiro momento, os sindicatos também devem orientar os trabalhadores a cobrarem posicionamento dos eleitos ao Conselho Deliberativo, bem como a levarem denúncias à ANS, Agência Nacional de Saúde Suplementar, órgão responsável pela regulação dos planos de saúde no Brasil.