O Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) do Santander se reuniu nesta quarta-feira (18), em São Paulo. O fórum de debate é uma conquista dos bancários, está previsto no acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e tem o objetivo de discutir temas e demandas específicas dos trabalhadores do banco.
Entre os temas debatidos na reunião estão a isenção de tarifas para funcionários aposentados que não recebem complementação do fundo de previdência, mais contratações, melhores condições de trabalho, reivindicações sobre os planos de saúde e pendências relativas ao Programa Jeito Certo.
Acesse aqui a íntegra da pauta discutida no CRT do Santander
Tarifas
Os funcionários da ativa e funcionários com fundo de previdência já conquistaram a isenção de tarifas bancárias em negociação anterior dentro do CRT, mas a reivindicação é ampliar esta isenção para funcionários aposentados que não recebem complementação do fundo de previdência.
Também são constantes as reclamações dos trabalhadores sobre as taxas de juros. O percentual cobrado no consignado para os funcionários chega a ser maior do que o praticado para servidores públicos, o que caminha na contramão de uma política de valorização dos funcionários.
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander reivindicou diminuição dos juros no crédito consignado e a redução das taxas cobradas dos funcionários, as quais sofreram reajuste de 4,9% para 6,9% em outubro.
O banco fez uma explanação de forma genérica, discorrendo sobre taxas de juros do mercado. Mas ressaltamos que se trata de uma questão interna. Entendemos quando a disputa é mercadológica, mas não é o caso. Estamos discutindo taxas para os trabalhadores, que além de não gerar inadimplência, tem um custo maior do que para outros setores, ressalta Mario Raia, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT e representante da Confederação na COE Santander.
O Santander se comprometeu a fazer um diagnóstico com a área responsável sobre os temas e voltar a discutir o assunto na próxima reunião.
Emprego
Embora o balanço do primeiro semestre de 2015 indique um aumento de 1.038 postos de trabalho em relação ao mesmo período no ano passado, o mesmo balanço do Santander aponta que aumentou quantidade de contas correntes por funcionários e diminuiu o número de trabalhadores por agência.
Isso significa que aumentou a carga de trabalho para os funcionários. Para resolver este problema é preciso realizar mais contratações, uma reivindicação constante do movimento sindical em todas as mesas de negociações com o banco, destaca Maria Rosani, coordenadora da COE Santander.
Condições de trabalho
A COE do Santander ainda cobrou melhoria nas condições de trabalho nas agências, postos de atendimento e centros administrativos. Entre os pontos discutidos está o fim da imposição de compensação das horas extras de acordo com a vontade do gestor.
A compensação das horas deve ser estabelecida em comum acordo entre o funcionário e o gestor. Não pode ser uma imposição, sem diálogo. Temos recebido muitas denúncias de vários sindicatos sobre este problema, ressalta Mario Raia.
Neste ponto, o banco também demonstrou ter o mesmo entendimento e se comprometeu a enviar um comunicado a respeito do assunto na próxima semana.
Os bancários também reivindicaram o fim da pressão, das metas abusivas e denunciaram a cobrança dos gestores através de aplicativos como o Whatsapp, o que é proibido, de acordo com a cláusula 36ª da Convenção Coletiva de Trabalho.
Os gestores têm criado grupos de Whatsapp para cobrança e monitoramento a qualquer hora do dia e também nos finais de semana, esta prática é proibida, conforme a CCT. Assim como o uso SMS ou qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital para este fim, explica o secretário da Contraf-CUT.
Planos de Saúde
A representação sindical também solicitou o reajuste no valor do reembolso das despesas previstas nos planos de saúde e realizadas por profissionais não conveniados. O Santander tem reajustado a contribuição dos funcionários para o plano, mas o reembolso permanece defasado.
Outra reivindicação é que o reajuste do plano de saúde Cabesp, dos aposentados optantes, seja igual ao reajuste de sua aposentadoria (INSS mais a complementação), para que continuem pagando, desta forma, o percentual de 5% de seu salário, conforme o art. 18 do estatuto da Cabesp.
A nossa expectativa é que na próxima reunião do CRT, o Santander apresente avanços nas reivindicações dos funcionários, muitas delas extremamente urgentes, conclui Mario Raia.