Apesar dos lucros sempre crescentes, o setor bancário no Brasil continua registrando saldo negativo de empregos. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Pre, os bancos no Brasil extinguiram 1.327 empregos em fevereiro. Essa foi a diferença entre os 2.785 admitidos e os 1.458 demitidos no segundo mês do ano.
O setor bancário é um dos poucos que lucram, e alto, nesse período de retração econômica que estamos vivendo. Só em 2015, os cinco maiores [Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa] tiveram, juntos, lucro de R$ 70 bilhões, crescimento de 16% em relação ao resultado que tiveram em 2014. Portanto, não têm nenhuma justificativa para cortar postos de trabalho, destaca a diretora executiva do Sindicato Marta Soares.
Ela lembra que, ano passado, os mesmo cinco grandes bancos extinguiram 10.523 empregos, segundo dados de seus balanços. Por isso a bandeira de luta do Sindicato é por mais contratações nos bancos públicos e privados, diante de tamanha lucratividade.
Os números do Caged também apontam que o salário médio dos demitidos era R$ 6.667,36 e o dos admitidos, R$ 3.342,64. Ou seja, os contratados em fevereiro entraram ganhando 50% do que recebiam os que saíram. Isso mostra que os bancos também ganham muito com a rotatividade, comenta a dirigente.
Caixa A Caixa Federal, que no Caged aparece isolada na categoria caixas econômicas, também contribuiu para o saldo negativo de empregos. Foram 110 vagas a menos no banco público em fevereiro.
Em janeiro e fevereiro os bancos extinguiram 783 vagas, enquanto a Caixa cortou 192 postos de trabalho.
No Brasil foram fechadas 104.582 vagas formais de trabalho em fevereiro. No primeiro bimestre foram fechados 204.912 postos de trabalho e no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro foram fechadas 1,707 milhão de vagas formais.