Não concordamos com o enfraquecimento da Caixa Econômica Federal. Esse foi o principal recado dado por empregados e entidades representativas durante o ato que foi realizado nesta terça-feira (13), em frente ao prédio da Matriz I, em Brasília (DF). Na avaliação de todos, os 155 anos do banco merecem ser celebrados, mas o mais importante é reforçar a luta por uma Caixa 100% pública, forte, social e que valorize efetivamente os seus trabalhadores.
Para Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, os sindicatos e federações deixaram claro para o governo e a sociedade que são contra o enfraquecimento da Caixa Federal. Ela é muito mais que um banco. É uma ferramenta de desenvolvimento econômico e social fundamental. Ajudou a tirar milhões de brasileiros da linha de miséria. Não vamos permitir nenhum retrocesso, garantiu. E foi deixado claro que, na opinião do movimento sindical o PLS 555 que tramita no Senado é o maior inimigo das empresas públicas, tendo por objetivo seu desmanche. A Caixa é forte hoje porque centenas de pessoas lutaram em sua defesa ao longo dos anos, completou.
Roberto disse ainda que, para manter a Caixa forte, o governo tem que contratar os concursados. Os clientes e empregados vem enfrentando más condições nas agências por falta de pessoal. E por último dissemos que queremos transparência nas negociações com a CEE Caixa e o cumprimento dos acordos que temos firmado. Enfraquecer a Caixa não interessa ao povo brasileiro. Nossos sindicatos vão continuar lutando contra isso, conclamou.
Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Juventude da Contraf-CUT e funcionária da Caixa, lembrou que o PLS 555 só não foi votado no ano passado graças à mobilização da categoria. Temos que intensificar essa pressão sobre o governo e o Congresso Nacional. A Caixa também precisa retomar as contratações para se fortalecer. As condições nas agências estão difíceis, enquanto cerca de 30 mil aprovados em concurso aguardam convocação, afirmou.
O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, destacou que o PLS 555/2015, que cria o Estatuto das Estatais, é uma das principais ameaças à instituição. A quem interessa o projeto, que abre as portas para a privatização da Caixa? Certamente, não aos brasileiros. É um dever de todos, empregados e aposentados, lutarmos pelo fortalecimento da empresa. O combate à proposta será uma das prioridades de 2016, disse.
Quem constrói essa instituição, todos os dias, são os milhares de trabalhadores. Por isso, eles merecem ser valorizados. Estamos aqui para dizer à direção do banco que queremos mais empregados já, transparência na gestão e respeito às negociações e ao acordo coletivo, declarou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Matheus. Genésio Cardoso, membro da CEE/Caixa e diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba, completou: O banco descumpriu o compromisso de reforçar o quadro de pessoal.
Eduardo Araújo, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, recordou que a Caixa está presente na vida e no cotidiano de milhões de pessoas, sobretudo daquelas mais carentes. Ele também enalteceu a dedicação dos trabalhadores. Temos um grande orgulho desses guerreiros, que não medem esforços e empenho para honrar o nome desse banco, apesar dos ataques neoliberais que ele sofre, afirmou.
Os representantes dos empregados no Conselho de Administração da Caixa também participaram do ato em Brasília. Fernando Neiva frisou: temos que continuar organizado, mobilizados e engajando a categoria, para que o papel social do banco seja mantido. Maria Rita Serrano avaliou: sempre mostramos nossa força contra qualquer ameaça à Caixa 100% pública. Foi assim na década de 90 e será agora na luta contra o PLS 555/2015. Só assim a instituição terá condições de continuar crescendo e serviço aos brasileiros.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que é empregada do banco, ressaltou a importância da Caixa Econômica Federal para o país. Foi com a ajuda da Caixa que conseguimos varrer a fome do Brasil. Ela e outros bancos também são fundamentais em momentos de superação das crises financeiras. É preciso fortalece-la, o que só será possível com a contratação de mais empregados e o combate ao PLS 555 e ao projeto das terceirizações, finalizou.
Manifestações acontecem por todo o País
Os sindicatos também realizaram atividades em duas bases. Na Paraíba, o ato público foi em frente a agência da Cabo Branco. O evento, que aconteceu das 9h até às 11h, quando a agência abriu para atender ao público, contou com a presença de funcionários, clientes da Caixa, diretores do Sindicato e representantes da Apcef Paraíba e da Associação dos Aposentados.
Além de faixa pedindo mais empregados e banner alusivo aos 155 anos da Instituição Financeira, uma orquestra de frevos fez a animação do evento com ritmos quentes e executou o Parabéns Pra você, que culminou com o corte do bolo comemorativo, servido em seguida para cerca de 120 pessoas.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques, parabenizou o banco público e seus empregados, destacando a importância da instituição financeira para o País. A Caixa demonstrou ser o principal indutor das políticas públicas no nosso País, ao gerir programas como FGTS, Minha casa minha vida, Bolsa família, Seguro Desemprego, além de financiar a infraestrutura das cidades e auxiliar os governos estaduais em seus programas desenvolvimentistas. Daí a necessidade de se manter estatal 100% e ser fortalecida para atuar como agente de desenvolvimento nacional, ressaltou.
Tanto o presidente da APCEF Paraíba, Carlos Espínola, como Terezinha Leandro, presidente da Associação dos Empregados Aposentados (AEA), se disseram orgulhosos de fazer parte da história da Caixa e manifestaram disposição para lutar em defesa da instituição: Ante essas ameaças, temos mais que nos unir e lutar para fortalecer cada vez mais a Caixa, por sabermos de sua importância para o Brasil.
O secretário geral do Sindicato dos Bancários, Marcelo Alves, além de parabenizar a Caixa pelo seu aniversário, parabenizou os seus empregados. Estão de parabéns esses companheiros abnegados que trabalham sob pressão e sobrecarregados, mas sempre dando o melhor de si para atender à sociedade. Agora, cumpre a direção da Caixa contratar os aprovados nos concursos para melhorar o atendimento à população e proporcionar melhores condições de trabalho para seus funcionários, dasabafou.
Ao encerrar o ato público, o presidente do Sindicato falou sobre a necessidade da manutenção dos protestos contra o PLS 555. Essa luta é contínua e devemos estar de olhos atentos às manobras espúrias contra as nossas instituições públicas, que devem continuar existindo e serem fortalecidas para apoiar cada vez mais o desenvolvimento do nosso país concluiu Marcos Henriques.
Já o Sindicato dos Bancários do Acre realizou um ato de protesto em frente à Superintendência da Caixa Econômica, na Estação Experimental. O dia em que se comemora os 155 anos da Caixa foi marcado pela insatisfação dos trabalhadores com atual gestão e pela luta para a retomada das contratações.
Com um ator que representava a morte e um cenário do portal de um cemitério na entrada da superintendência, o Sindicato fez uma crítica à atual gestão da Superintendência da Caixa. A morte simboliza a gestão atual, que está matando os empregados. O portal do cemitério mostra o ambiente de trabalho dos bancários, que entram na empresa para trabalhar sob pressão na empresa, sem saber se sairão vivos, explicou o vice-presidente do Sindicato dos Bancários, Neném Almeida.
Nos últimos 12 meses, ocorreram mais de 20 perdas de cargos na Caixa Econômica do Acre, sem critério ou análise da gestão atual, apenas pelo autoritarismo. Os bancários trabalham sob pressão, tem que cumprir metas abusivas e carga excessiva de trabalho. Mais de 25 empregados se aposentaram, aumentando a defasagem e sobrecarga dos funcionários e, ainda assim, os aprovados no último concurso, que vende em junho de 2016, não estão sendo chamados para cobrir os cargos.
O Sindicato não vai aceitar o desmando da atual superintendência da Caixa Econômica, que persegue os funcionários sem motivo. Não vamos permitir que a superintendente transforme o local de trabalho dos bancários, em um ambiente de morte, protestou o vice-presidente.