O Santander obteve um lucro líquido gerencial de R$ 3,3 bilhões no primeiro semestre de 2015 no Brasil, com crescimento de 15,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com primeiro trimestre, os números também são positivos, com crescimento de 2,6%. O lucro obtido no País representa 20% do resultado global de 3,4 bilhões de euros, com alta de 24% em doze meses. Os ganhos ficaram acima do obtido na própria Espanha, país de origem do Santander, com a fatia de 16% do lucro.
De acordo com a análise do Dieese, no resultado brasileiro pesou um evento extraordinário, o qual gerou uma receita referente à reversão de provisões fiscais relativas à Cofins, contabilizado em “outras receitas operacionais e despesas tributárias”. O Santander tinha separado reserva financeira por causa de processo na Justiça referente a obrigações legais relativas à Cofins, mas como teve parecer favorável, parte desse valor, no total de R$ 3,2 bilhões, passou a ser contabilizado no resultado do banco. O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) ficou em 12,8%, com crescimento de 1,5 ponto percentual em doze meses.
Confira aqui os destaques apurados pelo Dieese
Efeito Selic
Os sucessivos aumentos da Selic, chegando a 14,25% em julho, também refletiram nos ganhos do banco. O crescimento das receitas com títulos e valores mobiliários (TVM) foi influenciado pela alta da taxa básica de juros e pela elevação nos índices de preços, com crescimento de 64,5%, totalizando R$ 10,8 bilhões.
Emprego e despesas de pessoal
O banco encerrou o primeiro semestre de 2015 com 50.245 empregados, com aumento de 1.285 postos de trabalho em relação ao mesmo período no ano passado. Foram abertas dezoito agências no período.
A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias chegou a R$ 5,7 bilhões, crescimento 7,9% em doze meses. As despesas de pessoal subiram 7,8%, atingindo R$ 3,5 bilhões. Assim, em junho de 2015, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 162,87%.
Carteira de crédito
A carteira de crédito ampliada teve crescimento de 15,0% em doze meses e atingiu R$ 321,6 bilhões, porém, teve queda de 1,0% no trimestre. As operações com pessoas físicas subiram 7,7% em relação a junho de 2014 e 2,1% no trimestre, chegando a R$ 81,5 bilhões. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 137,5 bilhões e tiveram alta de 20,9%. No segmento de pequenas e médias empresas houve alta de 0,3% em doze meses, enquanto no segmento de grandes empresas, apesar do crescimento de 28,7% em doze meses, houve queda 3,9% no trimestre.
Inadimplência
O Índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,9 ponto percentual, em doze meses, ficando em 3,2%. Com isso, foram reduzidas as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 7,2%, totalizando R$ 4,5 bilhões.