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Caixa ensaia emperrar negociações

22 Aug 2016 31 VISUALIZAÇÕES

Contratações estão congeladas e não há perspectivas de serem retomadas, silêncio total para as reivindicações sobre o fim do caixa minuto e retorno da função de caixa e para outras propostas dos trabalhadores. Essa foi a postura dos representantes da Caixa Federal na primeira negociação específica da Campanha 2016 que discute a renovação do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Nessa primeira rodada, o objetivo dos integrantes da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) era o de resolver pendências das negociações durante o ano e, em seguida, iniciar as discussões da pauta específica. No entanto, a Caixa novamente emperrou as discussões.

“Uma de nossas principais reivindicações é a contratação de mais bancários. Apenas neste ano saíram cerca de 2 mil bancários por meio do Plano de Apoio a Aposentadoria (PAA) sem que houvesse reposição. Também cobramos o fim do caixa minuto, revogação da medida que estabelece a extinção da função de caixa, mais respeito aos tesoureiros que mesmo sendo responsável pelo numerário das unidades estão tendo de atender ao público. Tudo foi ignorado”, criticou o diretor executivo do Sindicato e integrante da CEE, Dionisio Reis.

Sipon

Um dos compromissos firmado pela Caixa e que corre risco de não ir à diante é a disponibilização de login único no ponto eletrônico (Sipon). A promessa da instituição na negociação da Campanha 2015 era de que seria adotado em todo o país a partir de janeiro de 2017. Na negociação, os interlocutores do banco disseram que o mecanismo começa a ser desenvolvido em janeiro de 2017 sem data para implantação.

“Deixamos claro que se a Caixa quiser de fato resolver a questão da jornada, evitando até ações trabalhistas. Ela tem de acelerar essa implantação. O login único é uma das melhores formas de se acabar com a chamada jornada negativa, onde um gestor dispensa um bancário mais cedo para ‘descontar’ quando o bancário tiver de ficar além da jornada. Tudo para não pagar hora extra”, explicou o dirigente.

Funcef

A CEE também cobrou a criação de comissão para discutir especificamente as questões do fundo de pensão (Funcef). Também na Campanha 2015, a empresa havia se comprometido em criar esse grupo, mas não levou adiante.

Nesse caso os participantes reivindicam, por exemplo, que a Caixa se responsabilize integralmente pelo contencioso provocado por ações judicial e que haja a incorporação O representante do banco não se posicionou.

Saúde Caixa

Também ficou sem resposta a utilização do superávit do Saúde Caixa. Uma das propostas dos empregados, que havia sido aceita pela Caixa no ano passado, é a redução da coparticipação dos bancários de 20% para 15%. Fato que até agora não ocorreu.

Também não foi implantado – segundo a Caixa por problemas operacionais – a adoção do limite de R$ 2.400 para o reembolso nos casos de procedimentos médicos. Esse valor também foi conquistado na Campanha 2015.

Reestruturação suspensa

A CEE relatou que muitos gestores, como o da Centralizadora Nacional de Habitação e Garantia (Cehag) de São Paulo, têm promovido descomissionamento e ameaçado empregados, com a justificativa de reestruturação.

Nessa questão, os interlocutores do banco afirmaram que as reestruturações no banco estão suspensas.

“Cobramos medidas do banco para que essa prática abusiva de gestores acabasse. Mas é essencial que as pessoas denunciem caso sejam prejudicadas”, orienta o coordenador da CEE.

A próxima rodada de negociação está marcada para dia 24.

“Queremos negociações produtivas e não postura de querer emperrar o processo negocial”, afirmou Dionísio Reis.