Os empregados da Caixa e entidades sindicais do setor realizam, nesta quinta-feira, 24 de março, o Dia Nacional de Luta contra a reestruturação da Caixa Econômica Federal. Estão sendo realizadas atividades em todas as unidades da Caixa nos estados, cujos empregados estarão recebendo uma Carta Aberta, assinada pela Contraf-CUT e pela Fenae. Este dia deve ser marcado para lembrar que é fundamental que a Caixa seja fortalecida, principalmente pelo seu papel de protagonista no processo de crescimento e desenvolvimento social do país.
A carta reafirma que apesar de denominado Caixa + Forte, o conjunto de medidas lançado no início do mês pela direção do banco vai exatamente no sentido contrário. Hoje, a instituição cumpre com compromisso social em relação ao Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, bem como ao pagamento de benefícios trabalhistas e previdenciários.
A carta esclarece ainda que a instituição manteve a liderança no crédito habitacional em 2015, com saldo de R$ 384,2 bilhões. É o sonho da casa própria seja concretizado. As operações de saneamento básico somaram R$ 70,9 bilhões, também no ano passado. Mais água e esgoto tratados. Já o número de correntistas e poupadores chegou a 82,9 milhões. Na área social, foram pagos cerca de 163,3 milhões de benefícios, totalizando R$ 27,5 bilhões. Em 2015, o banco injetou R$ 732,7 bilhões na economia brasileira.
Os empregados da Caixa deverão concordar com o desabafo da carta de que o que está em curso é um pacote de maldades contra os trabalhadores. Com tal posicionamento, quem vem sendo fragilizado são os empregados. Afinal, são eles que constroem os resultados da instituição dia a dia e atendem milhões de pessoas que recorrem às agências Brasil afora. Em relação às tentativas de negociação com as entidades trabalhistas e federações, apesar delas estarem sempre abertas ao diálogo, a direção do banco optou por planejar e executar a reestruturação de forma unilateral. E pior: a informação sobre as mudanças tem chegado aos trabalhadores a conta gotas, sem grandes detalhamentos, o que tem gerado um clima de apreensão e terror nas unidades. Isso tem nome: desrespeito!.
Por isso, os empregados da Caixa deverão mostrar nesta quinta-feira que é hora dizerem não à extinção de unidades, não aos remanejamentos de funcionários, não descomissionamento e não a todas as mudanças que rompem com compromissos trabalhistas e com o papel social que o banco representa para a sociedade brasileira.
Enfim, é dia de reafirmar que os empregados não concordam com uma reestruturação que teve início em 10 de março deste ano, sem a mínima negociação com os sindicatos e federações, muito menos com a sociedade. A diretoria da Caixa não pode simplesmente desmontar um banco que acrescenta valor para a sociedade brasileira há 155 anos. Por isso, o sucesso da ação deste Dia Nacional de Luta será mais visível para a sociedade brasileira se todos os empregados participarem das manifestações.
Contraf-CUT e Fenae pedem suspensão da reestruturação extensiva no país
A orientação da CEE/Caixa é que federações e sindicatos realizem atividades, como retardamento de abertura de agências e paralisações. A comissão destaca a importância da participação de toda a categoria, a fim de cobrar, entre outros, a retomada das contratações e melhores condições de trabalho.
A coordenação da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e a Fenae enviaram ofício à presidente do banco, Miriam Belchior, na terça-feira (22), reivindicando a suspensão imediata da reestruturação em todo o país.
Este Dia Nacional de Luta ocorre em paralelo à decisão do juiz Alcir Kenupp Cunha, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, que suspendeu, em caráter liminar, o processo de reestruturação da Caixa Econômica Federal. Tal decisão, como os empregados sabem, por enquanto só tem validade para o Distrito Federal. Mas as entidades buscam a ampliação da medida para todo o país.
Confira a Carta Aberta aqui