Banco do Brasil

Congresso do BB: defesa do banco público, empregos e direitos

05 Jul 2017 30 VISUALIZAÇÕES

Foto: Jailton Garcia/Contraf-CUT

Defesa do BB como banco público; dos empregos e direitos; luta contra o desmonte da instituição pelo governo Temer; combate à terceirização. Esses foram os temas que dominaram os debates do 28º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil.

“Esse foi um dos melhores congressos que já vimos acontecer. Em um momento muito importante que estamos vivendo no Brasil, um momento de golpe, no qual a democracia e o emprego estão em risco, os trabalhadores se reuniram para se organizar e, juntamente com a Contraf-CUT e com o Comando Nacional dos Bancários, fazer a luta em defesa dos bancos públicos e, principalmente, da democracia. Aqui, hoje, dissemos fora Temer e Diretas já!”, afirmou Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.

Grupos – Durante a tarde de sábado 1º, os funcionários do Banco do Brasil se dividiram em quatro grupos para debater as propostas de sindicatos e federações de todo o Brasil.

No grupo 1, a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cátia Uehara, apresentou o balanço do BB, com dados sobre o lucro e o número de demissões. “O que estão fazendo com o BB faz com que a população acredite que é melhor o banco ser privatizado. A reestruturação é muito ruim para funcionários, clientes e para o próprio banco.”

O grupo 2 debateu o tema “Digitalização – o banco do futuro e a precarização do emprego”. A contribuição no grupo foi do técnico do Dieese, da subseção do Sindicato, Gustavo Machado, que fez uma apresentação sobre o banco digital.

Já o grupo 3 tratou de emprego, carreira e igualdade de oportunidades. Antes do início dos debates, a economista do Dieese, Barbara Vallejos, fez uma apresentação sobre igualdade de oportunidades. Os números deixaram clara a necessidade de aumentar a política de inclusão de mulheres, negros e pessoas com deficiência.

O grupo 4 abordou os temas terceirização, pejotização e os impactos no BB. A reunião começou com uma exposição sobre a “reforma” Trabalhista, apresentada pela economista Regina Camargo, do Dieese. “A aprovação da Lei da Terceirização eleva os riscos de precarização e rotatividade, e traz como conseqüência a excessiva fragmentação dos processos produtivos”, explicou.

Propostas aprovadas – No domingo 2, os 160 delegados e 149 delegadas aprovaram as propostas debatidas nos grupos de trabalho.

“O Congresso ratificou nossas prioridades de luta para o próximo período: defesa do BB e do seu papel social como banco público; dos direitos e empregos dos bancários; a luta contra o desmonte da instituição, que já eliminou 9,9 mil postos de trabalho e fechou mais de 500 agências em todo o país [entre março de 2016 e março de 2017], sobrecarregando funcionários e precarizando o atendimento à população. Foi aprovado a elaboração de um calendário de luta, a ser divulgado em breve”, relata o diretor do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, João Fukunaga.

“Debatemos também diversas propostas sobre saúde do trabalhador, Cassi, Previ e a luta contra a terceirização. Além disso, reforçamos a nossa unidade na luta contra as reformas trabalhista e da Previdência”, acrescenta.

Frente Parlamentar – Durante os congressos dos funcionários do BB e Caixa, realizados em paralelo no hotel Holiday Inn, foi lançada A Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos em São Paulo, com a presença dos senadores Lindenberg Farias (PT) e José Carlos Nunes (PT); e dos deputados federais Orlando Silva (PC do B), Ivan Valente (PSOL) e Paulo Teixeira (PT).

“Os bancos públicos passam por um irresponsável processo de desmonte pelo governo federal, que ignora a importância destas instituições para o desenvolvimento do país e retomada do crescimento econômico. Importância esta que já foi comprovada na crise de 2008, quando o BB teve papel fundamental com políticas anticíclicas, barateando o crédito”, enfatiza Fukunaga.

“A Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos é mais uma importante trincheira na batalha na defesa destas instituições. É preciso unir todos nesta luta: parlamentares, movimentos sindical e sociais, assim como todo o conjunto da sociedade. Para isso, é necessário levar o debate sobre a importância dos bancos públicos para toda a população. A sociedade não vai defender o banco público se não souber qual seu papel na oferta de crédito mais barato, em obras de infraestrutura e na operação de programas sociais”, conclui.