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Contraf-CUT cobra explicações da Caixa sobre balanço e cálculo da PLR. Reunião foi marcada para sexta (7)

04 Apr 2017 57 VISUALIZAÇÕES

A Contraf-CUT, representada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), se reúne com o banco nesta sexta-feira (7), em Brasília, para cobrar da Caixa que explique os números apresentados na semana passada sobre o lucro líquido de R$ 4,1 bilhões no ano passado. Trata-se de queda de 41,8% em relação a 2015. Em setembro, quando o lucro acumulado era de R$ 3,4 bilhões, projetava-se fechar o ano com quase R$ 7 bilhões. Mas no balanço anual mostra melhoria do resultado operacional do banco, com crescimento de 271,7%. Esse desempenho decorreu dos bons resultados das receitas com operações de crédito, Títulos e Valores Mobiliários (TVM) e prestação de serviços, além disso houve queda no índice de inadimplência.

Análise feita pelo Dieese, a partir do balanço divulgado, observa ainda que o desempenho operacional do banco mostra que a queda no lucro (líquido e recorrente de R$ 298 milhões) foi um resultado contábil decorrente da baixa utilização de créditos tributários, fato observado em todos os maiores bancos brasileiros.

“A queda foi meramente contábil. Por efeito da menor injeção de créditos tributários no ano. Portanto, não dá para afirmar que essa redução seja de responsabilidade dos trabalhadores do banco, diante de um desempenho operacional com crescimento tão expressivo (mais de 270%) e diante de melhoras em todos os indicadores, sejam patrimoniais como os de resultado”, explica Vívian Rodrigues, economista da Subseção dos Dieese, na Contraf-CUT/SP.

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Dionísio Reis Siqueira, coordenador da CEE/Caixa, o banco poderia recompensar os empregados se fizesse o cálculo da distribuição sobre o lucro recorrente. “Nós vamos apresentar essa proposta. Vamos também cobrar a projeção absurda do balaço divulgada no ano passado. Temos de exigir transparência em todos os processos que atinjam os empregados”, garantiu.

Dionísio lembra que outra reivindicação é a contratação de mais empregados já. “Depois do PDVE, a sobrecarga de trabalho aumentou. Temos que ter mais trabalhadores, para atender melhor à população. Temos de defender o Saúde Caixa e cobrar a respeito do comunicado divulgado nesta segunda-feira (3), com informações mentirosas sobre a responsabilidade do movimento sindical nos resultados negativo.”

Dia 28 de abril: Greve Geral!

Ele ainda lembrou que os bancários vão estar presente nas manifestações do dia 28 de abril. “Vamos as ruas em defesa das nossas aposentadorias, por nenhum direito a menos e em defesa dos bancos públicos. Os sindicatos já estão orientados a debater com os empregados da Caixa a campanha em defesa Caixa 100% pública! ”

PLR

Como a primeira parcela da PLR de 60% do total a ser recebido foi calculada com base no lucro estimado de R$ 6,7 bilhões, Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa, ressalta que o banco deve explicações sobre o cálculo da PLR, paga pelo banco nesta quinta-feira (30).

“Caberia ao banco fazer o pagamento da diferença da PLR em cima do resultado operacional, que teve um aumento de 271,7%, tendo em vista que são os esforços dos trabalhadores que geram estes resultados. O lucro divulgado foi muito abaixo do projeto e a Caixa precisa explicar o que aconteceu”, reforça.

Desmonte

Além de apresentar resultados bem diferentes das projeções anunciadas no ano passado, o presidente da instituição, Gilberto Occhi, disse, durante divulgação do balanço, que cerca de 100 a 120 unidades deficitárias passarão por uma “intervenção” neste ano. Segundo ele, as alternativas são fechamento, fusão, diminuição de estrutura ou remanejamento para outro local. Occhi revelou ainda que o processo deve ser iniciado ao fim do processo de demissão voluntária (PDV), no qual ele calcula a adesão de 5 mil funcionários.

“Na reunião com a Caixa também vamos contestar o claro desmonte do banco, que está sendo colocado em prática neste governo golpista de Temer. A nossa resistência deve priorizar a defesa da Caixa 100% pública e intensificar ainda mais a luta contra as demissões arbitrárias e contra o fechamento de postos de trabalho”, destaca Dionísio. “No acordo assinado com a Caixa, o modelo de custeio do Saúde Caixa vai até 2018, ou seja, a Caixa não pode fazer nenhum alteração até lá”, completou.

A reunião marcada com o banco também irá discutir a implementação urgente das alterações discutidas no RH 184, PSI (banco de oportunidades será suspenso dia 9 de abril para auxiliar, assistente, supervisor) e questões sobre o instrumento de combate ao assédio moral.