O Bradesco garantiu diversas vezes ao movimento sindical que não haveria processo de demissão em massa ocasionado pela compra do HSBC. Mesmo assim, há um aumento do número de desligamentos desde fevereiro.
De acordo com informações do Sindicato de São Paulo, o temor está se confirmando. Tem Gerência Regional que dispensou 12 pessoas em uma semana, e isso não é um volume normal de demissões
Promessas O festival de promessas do Bradesco começou em agosto do ano passado. Em reunião com representantes dos trabalhadores, o banco informou que não faria cortes, sob a justificativa de que precisaria continuar operando e dando lucro. Também havia se comprometido a manter a transparência com os sindicatos e os trabalhadores.
Os representantes do banco alegam que desde que a compra do HSBC foi anunciada, tornou-se uma central de boatos e afirmaram não existir qualquer saneamento, reestruturação ou meta de cortes.
O Bradesco atribuiu o volume elevado de cortes à grande quantidade de bancários que se aposentaram, outros que se desligaram para estudar fora do país, e uma pequena parte relacionada com desempenho insatisfatório.
O fato é que o numero de demissões aumentou nas agências, o que leva à conclusão que o banco não está cumprindo com o que se comprometeu. Para piorar, não está repondo, os departamentos estão estrangulados e nas agências não tem mais onde cortar.
Lucro bilionário O Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 4,113 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Apesar do resultado, foram extintos 1.466 empregos em relação a dezembro de 2015, e em 12 meses (de março de 2015 a março de 2016) foram 3.581 vagas a menos no segundo maior banco privado do país.
Os cortes tornam-se ainda mais absurdos quando se leva em conta que apenas com a receita de prestação de serviços e tarifas o Bradesco cobre 137,1% de suas despesas de pessoal. Essa relação é 1,1 p.p. maior que a do primeiro trimestre de 2015, quando era de 136%.