No ato em comemoração ao Dia do Trabalhador, realizado na sexta-feira 1º de Maio em São Paulo, o presidente da CUT, Vagner Freitas, anunciou um dia nacional de paralisação para 29 de maio, data construída em parceria com CTB, Intersindical, MST e MTST.
“Nós temos um calendário de luta para apresentar ao povo brasileiro. Dia 29 de maio nossa mobilização vai preparar o País para uma greve geral. Será uma greve geral contra a retirada de direitos e a agenda conservadora. Não é contra ou a favor de governo ou partido político”, disse Vagner, que em seguida explicou que a data para a greve geral ainda será definida, pois depende de o PL 4330 ser aprovado ou não no Senado.
A paralisação, assim como a greve geral, é consenso entre o movimento sindical e sociais presentes no ato. “Nós estamos aqui, acreditando nessa unidade e vamos partir para uma greve geral se o PL 4330 for aprovado no Senado”, afirmou Ricardo Saraiva, da Intersindical.
Adilson Araújo, presidente da CTB, lembrou o apoio de Dilma Rousseff (PT) contra o PL 4330, afirmado em reunião da petista com sindicalistas, na última quinta-feira (30). “A presidenta afirmou categoricamente que é contra o PL 4330 e sinalizou que teremos um 2016 diferente. Nós acreditamos na presidenta, mas acreditamos, também, em mobilização nas ruas, e é lá que vamos fazer esse embate.”
Também alinhado com o movimento de paralisação, estará o MTST. O coordenador nacional do movimento, Guilherme Boulos, afirmou que os “trabalhadores não têm tido motivos para comemorar nada” e lembrou dos ataques sofridos pelos docentes paranaenses, que estão em greve. “Esse 1º de maio é, também, um desagravo à violência sofrida pelos professores no Paraná. O Beto Richa não tem condições de continuar governando o estado do Paraná”, protestou.
Pautas
A agenda de lutas proposta pelos movimentos sindical e sociais prevê, além da retirada do PL 4330 de tramitação, a luta contra o ajuste fiscal. “Se quiser fazer ajuste fiscal, que faça nas contas dos burgueses, vá taxar grandes fortunas. O governo precisa acabar com a sonegação, os trabalhadores pagam e os empresários sonegam. Nós defendemos esse governo popular democrático, mas não o ajuste fiscal na conta do trabalhador”, afirmou Vagner, que explicou as demais bandeiras que serão levadas às ruas no dia 29 de maio.
“Nós somos contra as MPs 664 e 665, porque achamos que retira direitos da classe trabalhadora. Estamos nos manifestando pela reforma política, para acabar com o financiamento privado, que faz com que tenhamos mais de 400 deputados que são empresários ou estão sendo mandados por empresários. Nós queremos uma mídia democratizada, onde todos tenham liberdade de expressão”, explicou Vagner.
Por último, o presidente da CUT lembrou da importância de se defender a Petrobrás e a luta contra a corrupção. “É uma importante ferramenta para o desenvolvimento do Brasil. Esse óleo negro pode financiar políticas importantes no País e não pode ser privatizado. A bandeira contra a corrupção é nossa e a defendemos. Se houver algum corrupto na Petrobras, quando comprovado for, que seja preso. A Petrobras é patrimônio brasileiro”, completou.