
Meia hora após o ataque, ao menos 12 homens encapuzados e usando luvas foram vistos no Jardim Imperial, onde mora um dos ladrões. Quando a PM chegou havia seis ladrões. Quatro foram presos; dois fugiram a pé e três veículos foram apreendidos. Explosivos abandonados em uma das agências foram desarmados pelo GATE.
Acordei com as explosões sucessivas. Achei que a minha casa estava caindo. Foi um susto muito grande. Fui me esconder na cozinha, que fica mais longe do barulho.
Assim foi descrita por uma vizinha, a ação ocorrida por volta das 2h30 desta terça-feira (10) e que culminou com a prisão de quatro ladrões e a recuperação de pouco mais de R$ 1,1 mil em notas miúdas.
As agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal que ficam na Avenida Dona Gertrudes, em Atibaia foram atacadas por uma quadrilha fortemente armada que explodiu dois caixas eletrônicos do BB; danificou outros dois equipamentos e destruiu a divisão entre a área dos caixas e a área interna da agência.
Não há dados sobre o valor total furtado, mas os assaltantes levaram apenas notas de R$ 10 e de R$ 20 que estavam nas duas primeiras bandejas dos equipamentos explodidos, segundo informou o delegado Elton costa.
As notas estavam nos bolsos dos ladrões e os envelopes foram recolhidos no chão da agência do BB.
Simultaneamente ao ataque no BB, outros integrantes da quadrilha formada por pelo menos 12 homens tentaram explodir os equipamentos da CEF, que fica distante 20 metros do BB. A ação fracassou nesta agência e os ladrões abandonaram os explosivos no local.
Horas mais tarde, homens do GATE, o Grupo de Ações Táticas Especiais da PM de São Paulo estiveram no local e desarmaram as bombas.
PRISÃO
A PM foi acionada ainda durante a ação, mas ao chegar ao local, os assaltantes já haviam fugido. A quadrilha, no entanto, seguiu para o Jardim Imperial, onde mora um dos integrantes do bando. Ao menos cinco veículos foram notados por populares.
Em uma das esquinas da Rua Jequitibás, o bando desceu dos carros para dividir o dinheiro furtado. Os homens usavam capuzes e luvas. A movimentação chamou a atenção de vizinhos que avisaram a PM.
Já cientes das explosões no Alvinópolis, os policiais militares seguiram em quatro viaturas para o Imperial. Foram presos: Manoel Pereira da Silva, 40 anos e morador de Atibaia; e os ladrões de São Paulo: Diego Rosa Gonzales, de 28; Elton Silva Duarte, de 26 e Ilzo Cruz Valcaci, de 44 anos. Outros dois homens conseguiram fugir a pé pelo bairro.
Os detidos aparecem nas imagens gravadas pelas câmeras de segurança dos bancos e roupas apreendidas nos veículos também coincidem com as mostradas nas imagens. Os ladrões, no entanto, não confessaram o crime.
Cada um dos presos estava com maços de dinheiro nos bolsos. Com dois ladrões havia R$ 540,00 (270,00 com cada um) e nos bolsos de outros dois havia R$ 520,00 (260,00 cada). O dinheiro exala cheiro de pólvora.
Com os homens não foram localizadas armas de fogo. Acreditamos que os assaltantes que fugiram eram exatamente aqueles designados para o ataque com as bombas e para a segurança da quadrilha, disse um policial que pediu para não ser identificado.
Os quatro ladrões foram autuados em flagrante por furto qualificado; danos e formação de quadrilha. Eles foram encaminhados diretamente a um Centro de Detenção Provisória determinado pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e cujo endereço não foi divulgado pela Polícia Civil.
QUADRILHA
A explosão de caixas eletrônicos se tornou crime comum em todo o Estado de São Paulo. Semanalmente há registro de ao menos quatro ataques semelhantes, seja na Capital ou no Interior. Não há dados específicos sobre a atuação dessas quadrilhas, já que são raras prisões após este tipo de crime.
A polícia acredita, no entanto, que existam homens que funcionem, dentro das quadrilhas, como seguranças e outros que especificamente promovem as explosões.
Seria uma espécie de contratação de serviços. Três ou quatro homens são pagos apenas para garantir a segurança do bando durante a ação e outros três ou quatro arrebentam as portas e explodem os caixas. Os demais recolhem o dinheiro e não necessariamente se conhecem, disse o policial que não quer aparecer.
Esse tipo de divisão explica o motivo de nenhum dos quatro presos em Atibaia portar armas. Eles provavelmente eram os responsáveis pela recolha do dinheiro nos caixas explodidos. O bando armado fugiu logo após a divisão do dinheiro, encerrou o policial.