Santander

Justiça condena Santander a reintegrar bancário com doença ocupacional

26 Dec 2014 65 VISUALIZAÇÕES

A Justiça do Trabalho condenou o Santander a reintegrar um funcionário com dez anos de serviços prestados ao banco, no Recife, após ter sido demitido ilegalmente em abril deste ano. Há cerca de dois anos, ele já fazia tratamento com um reumatologista e um psicólogo.

Tinha, inclusive, laudo médico declarando que ele não tinha condições de trabalhar. Um laudo que ele preferiu guardar na gaveta, com medo de “ficar marcado”. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco o encaminhou ao INSS, que atestou a doença ocupacional e, na última sexta, dia 19, ele foi reintegrado.

O funcionário trabalhava em uma agência que tem um histórico cruel de insalubridade e insegurança: a agência do Cabo. O Sindicato já denunciou várias vezes a falta de condições de trabalho no local.

Os bancários convivem com uma demanda muito além da capacidade: as filas dão voltas pelo lado de fora e os trabalhadores são ameaçados diariamente pelos clientes. Além disso, há problemas de mobiliário, falta de cadeiras e outros comprometimentos estruturais.

A insegurança é outro problema. O próprio trabalhador chegou a fugir de uma tentativa de assalto, quando ele e outros colegas foram abordados na saída do trabalho, em 2013. Trabalhadores da unidade já foram vítimas de três sequestros e mais de sete tentativas de assalto ou arrombamentos.

Justiça feita

O bancário é mais um dentre os vários trabalhadores da unidade que sofrem com doenças físicas e psíquicas. Demitido em abril, procurou o Sindicato, que emitiu a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), o encaminhou ao Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) e ao INSS, que reconheceu a existência da doença ocupacional.

Ele buscou a reparação da ilegalidade na Justiça, através de advogado particular e, na última sexta, a antecipação de tutela foi cumprida e ele foi oficialmente reintegrado ao banco.

“No ato de reintegração, na agência de Prazeres, ele encontrou alguns colegas que trabalharam com ele. Todos ficaram muito felizes com a reparação da injustiça praticada pelo banco”, conta o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade.

Apesar da reintegração oficial, ele permanece afastado para tratar da saúde.