O Santander lucrou R$ 7,2 bilhões apenas nos nove primeiros meses de 2017, resultado 34,6% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Em termos globais, o lucro do banco alcançou 5,592 bilhões e o Brasil contribuiu com 26% desse lucro global.
Mesmo apresentando resultado expressivo, o banco continua reduzindo seu quadro de funcionários no país: em doze meses (setembro de 2016 a setembro de 2017) eliminou 1.392 postos de trabalho, totalizando 46.632 funcionários no terceiro trimestres de 2017.
O Brasil continua sendo a maior fonte de lucro do grupo Santander em todo o mundo e se distancia do Reino Unido, que é o segundo colocado, mas um dos países mais ricos do mundo. Esse resultado é obtido à custa de demissões de trabalhadores, inclusive muitos que perderam a saúde trabalhando para alcançar esse lucro.
Líder de reclamações As receitas provenientes de prestação de serviços e tarifas cobradas dos 38,8 milhões de clientes obteve crescimento de 15,4%, somando em nove meses R$ 11,372 bilhões. Somente com essa receita, o banco paga a despesa de pessoal em 169,1%, um acréscimo de 14,6 pontos percentuais em 12 meses.
O resultado foi alcançado não só através da exploração dos bancários por meio das metas abusivas, mas também da população que paga juros e tarifas extorsivas e muitas vezes recebe em troca um atendimento inadequado resultante da falta de funcionários e da oferta de produtos desnecessários com o objetivo de aumentar os lucros, o que vai totalmente de encontro ao slogan do banco: ‘o que a gente pode fazer por você hoje?’, afirma Maria Rosani.
O mau atendimento é comprovado pelo ranking de reclamações de clientes elaborado pelo Banco Central do Brasil. O Santander liderou o ranking no 3º trimestre deste ano, com 1.600 queixas procedentes.
Em relação ao número de agências, o banco manteve a mesma quantidade que no ano passado: 2.255.
Aumento do spread Em função do aumento do volume de crédito, as receitas oriundas das operações de crédito cresceram 21,6% em doze meses, perfazendo um total de R$ 34,551 bilhões. Segundo o banco, essa evolução reflete o crescimento do volume médio e o aumento do spread, em função de uma maior participação da carteira de pessoa física, resultado da mudança de mix de segmento.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio, ajustado pelo ágio, atingiu 16,3% nos nove meses de 2017, apresentando aumento de 3,4 pontos percentuais em doze meses. O patrimônio líquido somou R$ 62,359 bilhões no final de setembro de 2017, queda de 1,8% em doze meses.
A carteira de crédito ampliada somou R$ 336,4 bilhões em setembro de 2017, com aumento de 8,2% em doze meses, influenciada, principalmente pelas carteiras Pessoa Física e financiamento ao consumo. O crédito PF totalizou R$ 102,263 bilhões no final de setembro de 2017, crescimento de 15,6% em doze meses, impulsionado por cartão de crédito (16,2%), crédito consignado (35,6%) e crédito rural (38,9%).
Já a carteira de financiamento ao consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 39,178 bilhões ao final de setembro de 2017, crescimento de 15,7% em doze meses. Do total desta carteira, R$ 32,606 bilhões referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 18,0% em doze meses.