Na quarta rodada realizada nesta quinta-feira 23, o Santander não trouxe propostas concretas, mas se comprometeu a continuar os debates sobre a renovação do aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Para vários dos pleitos, o banco disse que ainda estão sendo realizados debates internos para melhorar a proposta apresentada na rodada anterior e rejeitada pela representação sindical. Neste sentido, pediu um prazo para elaborar uma proposta global, a qual deve ser apresentada no próximo dia 06 de novembro.
No decorrer da rodada, os membros da COE (Comissão de Organização dos Empregados) reforçaram a importância das reivindicações para melhorar as condições de trabalho. Dentre elas, mais contratações e adoção de medidas contra metas abusivas. A situação nos locais de trabalho é extenuante. As metas são mutantes, pois o banco não deixa claro seus objetivos, editando a cada dia novos parâmetros. Além disso, impõe aos bancários reuniões diárias, às vezes, até mais de uma, bem como conferências telefônicas, a fim de exercer pressões para o cumprimento das metas, afirma Alberto Maranho, diretor de Bancos Privados da FETEC-CUT/SP.
Outro item destacado pelos representantes dos trabalhadores durante a rodada foi com relação às bolsas auxílio estudo. O banco quer manter a concessão de até 2.500 bolsas para a primeira graduação, no valor de 50% da mensalidade, mas congelando o limite de R$ 442,80, que vinha sendo atualizado ano a ano pelo índice de reajuste da categoria, exceto em 2013.
Diante das críticas dos representantes sindicais, o Santander aceitou conceder o auxílio para a segunda graduação, no caso de sobrarem vagas. “Mas, isso ainda é insuficiente. É preciso ampliar o número de bolsas, incluindo para segunda graduação ou pós, bem como atualizar o valor”, ressalta Maranho.
Conforme o dirigente, a representação dos bancários espera que o banco cumpra o prometido e traga na próxima rodada uma proposta positiva, que seja capaz de atender aos anseios dos trabalhadores.
Na parte da tarde, os representantes do Santander e dos funcionários participaram de debates com o médico coordenador do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) em torno das denúncias sobre a falta de independência de médicos peritos contratados pelo banco, no momento de dar apto ou inapto ao trabalhador em alta do INSS.
Em reunião anterior com a direção do Santander, o movimento sindical apresentou provas documentais de que o médico perito é obrigado a se reportar ao banco antes de dar o inapto. Também há vários depoimentos dando conta de que em diversos momentos os médicos acabam revendo suas decisões, relata o diretor da FETEC-CUT/SP.