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Itaú altera de forma arbitrária jornada dos empregados

28 Aug 2017 73 VISUALIZAÇÕES

De forma arbitrária, o Itaú redefiniu a jornada de trabalho dos bancários do Personnalité Digital Paulista. Eles denunciam que foram obrigados a mudar do período das 15h às 23h59 para o das 13h às 22h, e tiveram de assinar um termo concordando com a alteração. Ainda segundo os bancários, não há mais atendimento de gerentes no horário das 15h às 23h59. Nesse horário só trabalham funcionários que ocupam cargos de assistente e líbero. O Sindicato encaminhou na quinta-feira 24 a denúncia ao banco, que ainda não deu retorno. 

“De uma hora para outra, o banco simplesmente informou que, dentro de um mês, eu ia mudar de horário, e me obrigou a assinar um termo no portal do RH dizendo que eu aceitava essa mudança”, conta uma bancária. “Foi um transtorno muito grande. Eu tive de contratar transporte escolar para o meu filho, porque não consigo mais pegá-lo na escola. Eu nem consigo mais ver meu filho direito”, lamenta a trabalhadora.

Além dos transtornos na rotina diária, a mudança ainda gerou perdas salariais e aumento da carga horária. Isso porque a Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários garante pagamento extra de 35% a cada hora trabalhada após as 22h. Além disso, a hora de trabalho após esse horário é de 52 minutos e 30 segundos, ao invés de 60 minutos. Bancários relatam que por causa da mudança, sofreram perdas de 15% a 20% no salário. 

“O Itaú insiste em chamar os trabalhadores de ‘colaboradores’, mas os tratam como se fossem mercadorias”, protesta o dirigente sindical Sérgio Francisco. “Nas suas suntuosas campanhas publicitárias, o banco costuma vincular sua imagem a narrativas de famílias felizes que podem aproveitar o tempo juntas. Mas quando arbitrariamente muda a jornada de trabalho dos seus próprios empregados, o banco cruelmente impede justamente aqueles que geram seu lucro de usufruir desse mesmo privilégio. E ainda impõe perdas salariais e aumento da jornada com essa alteração”, protesta o dirigente sindical Sérgio Francisco.
  
A arbitrariedade foi imposta aos trabalhadores de agências digitais. O Itaú impede o acesso de dirigentes sindicais a esses locais de trabalho. “O banco simplesmente proíbe a atuação dos representantes dos trabalhadores na fiscalização das condições de trabalho nessas concentrações que são palco de uma série de abusos. Estamos lutando pela revisão dessa postura. Mas enquanto isso não ocorre, é fundamental que os bancários denunciem ao Sindicato qualquer tipo de desrespeito”, orienta Sérgio.