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1º de setembro: data-base da categoria bancária é símbolo de lutas e conquistas

30 Aug 2016 70 VISUALIZAÇÕES

Assembleia dos bancários em São Paulo, durante campanha salarial, na década de 1980 – Nair Benedicto / Seeb SP (Acervo)

O ano era 1982. O Brasil se ajoelhava ao FMI (Fundo Monetário Internacional) num período marcado por sucessivos governos militares, arrocho salarial, empobrecimento da população e intervenção nos sindicatos. A Unificação da data-base de toda a categoria bancária em 1º de setembro representava o crescimento das lutas por melhores condições de trabalho, melhores salários, mas, sobretudo, esboçava a construção da unidade dos bancários, crucial na conquista de novos direitos ano a ano.

A tão sonhada unidade nacional da categoria foi conquistada a partir de intensas mobilizações históricas. Nascia, em junho de 1985, no Encontro Nacional dos Bancários, no Rio de Janeiro, a Comissão Nacional de Negociações, formada por sindicatos, federações e a Contec, que reunia as principais tendências políticas do movimento.

Às vésperas da primeira grande greve nacional dos bancários, era fundado, no dia 6 de junho, de 1985, o Departamento Nacional dos Bancários da CUT (DNB-CUT). A histórica greve da categoria, depois do golpe militar de 1964, ocorrida nos dias 11 e 12 setembro de 1985, foi aprovada no Encontro Nacional dos Bancários, realizado no ginásio do Guarani, em Campinas, no dia 31 de agosto de 1985. O Encontro reuniu 10 mil bancários.

No avanço da unidade nacional, o DNB-CUT, em 1991, apresenta à Fenaban a Minuta Mínima Unificada, com as reivindicações dos bancários de todos os bancos, e no ano de 1992, assina a primeira Convenção Nacional dos Bancários.Exemplo de organização para trabalhadores brasileiros e de outros países, os bancários estão entre as poucas categorias, até hoje, que conseguiram conquistar uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nacional.

Nos últimos 12 anos, unidade nacional e determinação asseguraram 20,83% de ganho real nos salários, 42,3% nos pisos e 26,3% nos vales. Entre tantas outras conquistas, como a primeira Convenção Nacional com a participação dos bancários do Banco do Brasil e da Caixa, em 2005.

Só a luta te garante

Para o presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, Roberto von der Osten, a categoria está preparada para mais uma luta heroica, diante de tantos ataques e ameaças aos direitos dos trabalhadores, após a entrada do governo interino de Michel Temer. “Nossa categoria tem uma história de enfrentamento em várias frentes, mas este ano estamos surpreendidos com a voracidade do congresso. Querem transformar as leis em principais adversárias dos trabalhadores e modificar direitos conquistado há muito tempo. Os principais ataques desferidos pelo parlamento acontecerão durante as negociações, conflito e contratação com as empresas do ramo financeiro. Mas vamos resistir com nossa unidade e mobilização nacional”, afirmou.

Com o mote “Só a Luta te Garante”, a categoria chama a atenção da população não só para as suas reivindicações, mas também para a conjuntura complicada sofrida pelo País e pela classe trabalhadora. Consulta Nacional 2016, realizada com os bancários, para construção da pauta de reivindicações, demonstrou, que entre os mais de 40 mil trabalhadores que responderam à pesquisa, 76% são contrários à reforma da Previdência Social e 85% não querem a redução de direitos da CLT, conforme está sendo proposto pelo governo interino de Michel Temer.

A imagem principal de mídia deste ano é uma rosa, símbolo de luta em vários momentos históricos pelo mundo.

“Os bancários e as bancárias sempre responderam ao chamado dos sindicatos e a participação na Campanha Nacional sempre foi muito grande. E este ano mais uma vez estamos indo ao centro da ideia da luta de classes: dialogando com a necessidade de cada um doar uma parcela da sua coragem para a luta coletiva. Deixando claro quem são os protagonistas da campanha: “Só a luta te garante!”. Cada um de nós vai ajudar a construir a nossa história. Só essa luta coletiva vai ser capaz de enfrentar os banqueiros e barrar as maldades do Congresso. Nada mais nos garante a não ser a nossa luta”, conclui Roberto von der Osten.