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Fenaban propõe reajuste de 5,5%. Comando orienta rejeição e greve dia 6

28 Sep 2015 74 VISUALIZAÇÕES

A Fenaban não só frustrou, como agiu de forma desrespeitosa com os bancários, ao apresentar uma proposta para a categoria, com um reajuste de 5,5% no salário, também na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche e abono de R$ 2.500,00, durante a rodada de negociação desta sexta-feira (25), em São Paulo. O reajuste está muito abaixo da inflação, que ficou em 9,88%, em agosto deste ano.

Diante da intransigência dos banqueiros em atender às reivindicações da categoria, as quais abrangem reajuste de 16% (incluindo 5,7% de aumento real), o Comando Nacional dos Bancários aprovou um calendário de mobilizações para pressionar os bancos, apontando para greve a partir de 6 de outubro, orientação que será deliberada em assembleias dos trabalhadores nos dias 1° e 5 de outubro em todo o País.

“A Fenaban está jogando os bancários para a greve”, afirmou Roberto Von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários. “Essa proposta rebaixada vem justamente do setor que lucrou R$ 36,3 bilhões somente no primeiro semestre deste ano. Com um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Setores que estão em crise, com retração de produção e vendas, fizeram propostas melhores. Então, só podemos dizer, que é uma irresponsabilidade dos bancos”, completou.

“Essa proposta, a pior dos últimos anos, é um total desrespeito à categoria e orientamos sua rejeição nas assembleias que acontecerão em 1º de outubro, em todo o Brasil, com indicativo de greve a partir do dia 6”, disse a vice-presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. “E o desrespeito não é só com os bancários, mas com toda a sociedade, já que o setor vai levar os trabalhadores a uma paralisação nacional, mesmo estando em pleno ganho”, critica a dirigente que também é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Proposta dos bancos

Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).

Piso portaria após 90 dias – R$ 1.321,26.

Piso escritório após 90 dias – R$ 1.895,25.

Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.

PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.

Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.

Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.

Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.

Auxílio-refeição – R$ 27,43.

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 454,87.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 378,56.

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 323,84.

Gratificação de compensador de cheques – R$ 147,11.

Requalificação profissional – R$ 1.294,49.

Auxílio-funeral – R$ 868,58.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 129.522,56

Ajuda deslocamento noturno – R$ 90,67.

As reivindicações da categoria, apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, são muito diferentes da proposta dos bancos. Confira :

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

PLR: 3 salários mais R$7.246,82

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

O Comando Nacional protestou veemente contra esta mudança de desenho de campanha salarial apresentada pelos bancos, afirmou o presidente da Contraf-CUT.

“Fica claro que os bancos querem abandonar o ciclo de valorização do trabalho bancário, que acumulava onze anos de ganho real. E pretendem fazer esta mudança sem que tenha acontecido nenhuma redução dos seus lucros ou crise no setor. Isso é incompreensível para os trabalhadores que até adoecem para cumprir metas e produzir lucros fabulosos para os bancos. E a nossa resposta indignada vai ser dura”, finalizou Roberto von der Osten.