Nesta terça-feira, 29, o Sindicato dos Bancários de Bragança Paulista e Região, retardou a abertura da agência do Santader da Praça Raul Leme, como parte do Dia Nacional de Luta da categoria, que ocorreu em todo país, convocando a população a exigir melhor atendimento das agências bancárias . A mobilização é resposta a proposta frustrante e desrespeitosa da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no último dia 25. Os banqueiros ofereceram reajuste de 5,5% muito abaixo da inflação, que ficou em 9,88%. O Comando Nacional dos Bancários aprovou um calendário de mobilizações para pressionar os bancos, apontando para greve a partir de 6 de outubro. Em Bragança Paulista e Região, a deliberação sobre a paralisação acontece em assembleia no dia 1º de outubro.
Não dá pra aceitar que um banco como o Santander, que tem lucratividade de quase R$ 9 bilhões em seis meses, mais de 60% a mais que no ano passado, ofereça 5,5% de reajuste, afirma Rodrigo Franco Leite, diretor do Sindicato.
Marcílio Barros, secretário-geral do Sindicato e funcionário do banco completa chamando atenção para o fato de que 25% do lucro global do Santander é resultado do trabalho de bancários brasileiros. Exigimos que os banqueiros tenham mais respeito pelo cliente, oferecendo bom atendimento e não expulsando das agências ou obrigando que o atendimento seja feito no caixa eletrônico. Exigimos também que reconheça do trabalho de brasileiros que conquistaram esse lucro astronômico para o banco. Os bancários estão adoecendo pela sobrecarga de trabalho, assédio moral, por causa da cobrança por metas nas agências e essa a resposta que o banco dá para seus funcionários e cliente, diz.
Por fim, a presidente do Sindicato, Isabel Rosa dos Santos Machado, convoca a população a participar da luta, exigindo atendimento pessoal nos caixas, uma vez que os bancos pagam 100% da folha de pagamento com as tarifas cobradas por serviços. Quando penso em Santander, penso em assédio moral, ganância. Digo isso porque os funcionários são pressionados constantemente para cumprir metas inatingíveis. Dá pra ser gestor, gerente, sem ser opressor. Tem gestor que acha que é dono do banco e oprime seu colega de trabalho. O banqueiro não dá a cara pra bater. Quem dá a cara para bater é o bancário. Os bancos pagam toda sua folha de pagamento com as tarifas cobradas dos clientes. Só que o cliente paga a tarifa, mas não pode ser atendido na agência, tem fazer tudo sozinho no caixa eletrônico, trabalhando de graça para o banqueiro. Por sua vez, o banqueiro demite cada vez mais. Por isso, cliente: exija atendimento pessoal, concluiu Isabel.
Principais reivindicações da categoria
Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
PLR: 3 salários mais R$7.246,82
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).