A base do governo está receosa com a tramitação da Reforma da Previdência no Congresso. A previsão da equipe de Michel Temer era de que o projeto estivesse aprovado no máximo até junho deste ano ou mesmo antes disso. Porém, de acordo com matéria do jornal O Globo desta segunda-feira (20), os parlamentares estão com medo da reação popular, já que as medidas – caso aprovadas – seriam prejudiciais à classe trabalhadoras.
Ainda de acordo com o jornal, líderes de partidos que compõem a base do governo estão preocupados com a possibilidade de apanhar sozinhos no Congresso tentando defender a reforma proposta por Temer. Os parlamentares já admitem que a celeridade desejada pelo Planalto pode não ser possível.
A gota dágua que fez transbordarem as preocupações, na avaliação de deputados parlamentares, foi a participação do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em uma audiência pública que tratava da reforma na Câmara Federal na semana passada. Nessa audiência, o ministro do governo ilegítimo recusou-se a responder diversas perguntas apresentadas por deputados e parecia constrangido com o fato de propor aposentadoria aos 65 anos, tendo ele próprio se aposentado aos 52 anos.
A ida do ministro Padilha foi uma ducha de água fria. Os parlamentares se sentiram desamparados na comissão. Passou a imagem de que o governo não está disposto a defender sua proposta e deixou essa tarefa nas mãos da base, afirmou Efraim Filho (DEM-PB), líder de seu partido, ao jornal O Globo.
O pessimismo com a condução do governo se reflete na opinião de Arthur Lira (PP-AL), líder de seu partido, que chega a questionar se o projeto será aprovado como chegou ao Congresso. Em sua declaração, o deputado demonstra com quem Michel Temer e sua equipe se importam, o mercado. Já é um avanço muito grande se conseguir um ponto ou dois. Dificilmente o texto que veio do governo será aprovado na íntegra. Acredito que precisamos fazer a reforma por etapas. Tem que estancar a sangria, tratar de um ponto por vez. Se conseguir estabelecer idade mínima, já dá um recado para o mercado. O cronograma é uma coisa muito subjetiva. Se tiver encaminhamento para fazer só um ponto, dá uma adiantada. Aí vem outro governo e faz outra coisa. Se quiser 100%, não vai conseguir, encerrou o deputado.