Representantes dos empregados da Caixa participaram de reunião nesta quinta-feira, 10, com a presidenta do banco, Miriam Belchior, para discutir detalhes sobre a reestruturação que a direção está implantando. Apesar dos compromissos feitos pelos diretores, os bancários cobraram que sejam ouvidos nas próximas fases da reestruturação e que todo o processo seja debatido.
De acordo com a gestão, a primeira onda do processo teria início nesta mesma quinta, 10, na matriz da Caixa, em Brasília, sob o argumento de aumentar a eficiência e fortalecer o banco. Serão deslocados 570 funcionários para as filiais, principalmente os da área operacional. Ainda não é certo se todos perderão função ou apenas mudarão. A Caixa garantiu que não haverá fechamento de agências e que elas deverão ser fortalecidas com as transferências.
Os representantes do Sindicato criticaram as decisões tomadas a portas fechadas, dizendo que isso nunca funcionou. Por isso, cobram que haja diálogo, aumentando a eficiência da gestão e o respeito aos trabalhadores. Espera-se que a Caixa garanta interlocução nos próximos passos, evitando boataria e a ansiedade. Vamos visitar na nossa base todas as áreas atingidas e consultar quem realmente conhece o banco, os empregados.
Asseguramento estendido – A Caixa revelou que criou uma área na matriz para ajudar na realocação. Disse, ainda, que terá agentes para auxiliar no processo de mudança. Em relação à questão salarial, confirmou o asseguramento estendido para dois meses além do prazo normal, e incorporação para quem tiver 10 anos na mesma função.
Representantes do movimento sindical questionaram sobre os empregados de retaguarda (Girets) e a Caixa garantiu que eles serão fortalecidos. Serão realocados para a Centralizadora do Tratamento de Imagem (CTDI), indo para as próprias agências e para as filiais. Os bancários podem denunciar qualquer movimento fora da normalidade, e sem o devido diálogo. Estamos atentos a, por exemplo, as ameaças de remoção e perda de função, e temos uma reivindicação antiga sobre o descomissionamento arbitrário, para que ele não seja usado para retaliar empregados ou promover ingerências pela administração.
Também podem ser paralisadas novamente áreas estratégica da Caixa, se for necessário, como ocorrido no Largo da Concórdia, em São Paulo, onde cerca de 1,6 mil trabalhadores pararam no começo de março.
Caixa parada, trabalhadores em movimento – Essa fase deve terminar em 15 de abril e, em seguida, haverá um prazo para a reestruturação nas filiais. O banco se comprometeu a comunicar, ainda na quinta 10, todos os setores sobre as mudanças e a dialogar com as entidades os prazos e alterações. Outras reuniões para discutir pontos levantados pelo movimento devem ocorrer antes da mesa permanente de negociação marcada para 14 de abril, quando deverão ser apresentradas respostas para o adiantamento odontológico, melhoria do Saúde Caixa e outras questões pendentes