Mais de 600 dirigentes sindicais de 24 países, que representam 124 organizações de trabalhadores filiadas à UNI Global Union, reúnem-se em Fortaleza, nos próximos dias 29 e 30 de junho, na 5ª Conferência UNI Américas. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), uma das anfitriãs do evento, participa com uma delegação de cerca de 100 sindicalistas.
O encontro, com o tema Vamos defender nossos direitos e construir nosso futuro, vai debater e construir uma agenda de atuação no novo cenário político que se desenha na região. Nos últimos anos, foram eleitos governos progressistas em vários países do continente latino-americano, como México, Chile, Argentina, Honduras, Peru, Bolívia, Colômbia.
Ramo financeiro
A secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa, destaca que no evento ocorrerá o primeiro fórum sindical internacional sobre o impacto da digitalização no sistema financeiro. Para ela, o enfrentamento dessa conjuntura passa pelo diálogo social, ou seja, sindicatos fortes que negociem a questão junto aos bancos, que devem ter a responsabilidade social da prática desse diálogo.
Para a secretária, essa questão é fundamental para a categoria na atual conjuntura. A digitalização vem reduzindo postos de trabalho, precarizando a atividade e eliminando direitos, então sem negociação coletiva e sindicatos fortes, o que resta é a barbárie, disse.
Presença da classe trabalhadora
A 5ª Conferência da UNI Américas vai avaliar o papel dos sindicatos e como os trabalhadores podem definir seu papel no momento político. Os temas em pauta incluem a defesa dos direitos humanos e o fortalecimento da democracia, com a participação dos trabalhadores e suas representações sindicais.
Também será discutida a construção de alianças com os governos progressistas, em busca de soluções de problemas sociais, como diminuição da pobreza e da desigualdade, a luta contra o racismo e outras formas de discriminação.
Entre os pontos trabalhistas específicos, estarão a organização sindical relacionada a novos setores, o fortalecimento da negociação coletiva e a construção de unidade tanto nas esferas nacionais, como no âmbito internacional.
Democracia e movimento sindical
Para o presidente da UNI Américas, Hector Dáer, é fundamental a presença do movimento dos trabalhadores no debate político, pois não há democracias fortes sem sindicatos fortes. Dáer também destaca que o movimento sindical da nossa região sempre esteve na linha de frente da defesa e o fortalecimento da democracia e da paz, inspirando novos direitos para incluir diferentes coletivos.
O secretário Regional da UNI Américas, Marcio Monzane, ressalta a importância da 5ª Conferência no atual momento político da América Latina. Na região, não há mais espaço para desrespeito aos direitos dos trabalhadores, para trabalhos precários e para a desigualdade e a discriminação. Com a nova ascensão dos governos progressistas, os sindicatos devem ter um papel ativo, de participação na sociedade.
Para Rita Berlofa, o movimento sindical defende a democracia no continente latino-americano acima de tudo, e não existe democracia estável sem sindicatos, entidades que têm a função social de dar voz à classe trabalhadora.
UNI Américas
Com sede em Montevidéu, a UNI Américas, à qual a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT) é filiada, é o braço regional da UNI Global Union, que representa 20 milhões de trabalhadores em 150 países, nos setores de finanças, meios e entretenimento, esportes, cuidados, limpeza, segurança, comércio, cassinos, serviços postais, gráfica e embalagem e telecomunicações.
Confira detalhes da 5ª Conferência da UNI Américas no site do evento.
Fonte: CONTRAF